Voto de Cármen Lúcia nesta quinta (11) deve formar maioria para condenar Bolsonaro no STF

A ministra Cármen Lúcia, da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), deve apresentar nesta quinta-feira (11), a partir das 14h, o voto decisivo para a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Até o momento, dois ministros, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, votaram pela condenação de todos os acusados, enquanto Luiz Fux abriu divergência, absolvendo Bolsonaro e outros seis réus, e condenando apenas dois por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Com o voto de Cármen Lúcia, espera-se que a maioria se forme para condenar o ex-presidente e consolidar a responsabilização dos envolvidos na trama golpista.

O julgamento tem como base a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa Bolsonaro de crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com penas que podem ultrapassar 40 anos de prisão.

>>>Clique aqui para seguir o canal do GCMAIS no WhatsApp<<<

Cármen Lúcia, ministra com maior tempo de atividade na turma e única mulher no colegiado, deve ser determinante para o placar que ainda será completado pelo presidente da turma, ministro Cristiano Zanin. A sessão deve prosseguir com debates sobre as penas e encerramento previsto para sexta-feira.

O julgamento, que pode resultar em penas de mais de 30 anos de prisão para Bolsonaro e seus aliados, investiga a suposta participação dos acusados no planejamento de ações golpistas, incluindo o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o sequestro e o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Os ministros ainda analisam a produção da minuta do golpe, documento elaborado com o intuito de decretar estado de defesa e de sítio. O processo também inclui a responsabilização pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando foram invadidas as sedes dos Três Poderes.

>>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<<

A segurança para o julgamento está reforçada em Brasília, com monitoramento intensificado e medidas para prevenir atos violentos ou ataques virtuais. O julgamento está previsto para continuar até sexta-feira (12).

O julgamento de Bolsonaro também é transmitido ao vivo, nas transmissões oficiais do Supremo.

Quem são os réus?

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022;
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

>>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<<

Prisão

A eventual prisão dos réus que forem condenados não vai ocorrer de forma automática após o julgamento e só poderá ser efetivada o após a análise dos recursos contra a condenação.

Recursos

Em caso de condenação com um voto a favor da absolvição, Bolsonaro e os demais réus terão direito a mais um recurso para evitar a prisão, a ser analisado também pela Primeira Turma. A condição pode ser obtida com placar de 4 votos a 1, por exemplo.

Com a publicação do acórdão com o eventual placar desfavorável, as defesas poderão apresentar, como próximos passos, os chamados embargos de declaração, recurso que tem objetivo de esclarecer omissões e contradições no texto final do julgamento de Bolsonaro. Em geral, esse tipo de recurso não tem poder para rever o resultado do julgamento e costuma ser rejeitado.

Para conseguir que o caso seja julgado novamente e levado a plenário, os acusados precisam obter pelo menos dois votos pela absolvição, ou seja, placar mínimo de 3 votos a 2.

Com informações da Agência Brasil

Leia também | Pai de André Fernandes diz que já orou pela morte de Lula, mas “não deu certo”

Confira ao vivo o voto de Carmen Lúcia durante o julgamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe: