Uece é a primeira universidade do Brasil a ofertar graduação a comunidades costeiras

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) se tornou a primeira universidade do Brasil a oferecer um curso de graduação voltado exclusivamente para povos e comunidades costeiras tradicionais. A unidade de ensino está iniciando o Curso Tecnólogo em Turismo Comunitário, para povos do litoral cearense, das unidades de conservação federais e de outras comunidades tradicionais.

A aula inaugural do curso acontecerá nesta sexta-feira (26), a partir das 9h, em evento aberto ao público no Auditório Central do campus Itaperi, com transmissão ao vivo pela internet.

O novo curso de graduação será ofertado na modalidade Educação a Distância (EaD), pela Uece, por meio da Secretaria de Apoio às Tecnologias Educacionais (Sate), em parceria com a Universidade Aberta do Brasil (UAB) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e a Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e dos Povos e Comunidades Extrativistas Costeiros e Marinhos (CONFREM) e apoio da Rede Cearense de Turismo Comunitário e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).

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De acordo com a coordenadora adjunta da Sate, professora Eloísa Vidal, o momento é importante para a história da instituição. “Somos a primeira universidade do Brasil a iniciar um curso para atender a essas comunidades. É um marco histórico para nós e para eles, pois a educação de nível superior, pública, gratuita, diferenciada e contextualizada é uma dívida histórica”, ressalta a professora.

O Curso Tecnólogo em Turismo Comunitário tem como objetivo oferecer oportunidade de acesso a uma formação específica de nível superior, na modalidade tecnólogo, para o aperfeiçoamento e a implementação do turismo comunitário nessas localidades. A gestão e a promoção do curso visam ao desenvolvimento inclusivo e sustentável dessas comunidades, que já atuam direta ou indiretamente no setor, por meio de atividades como pesca, artesanato, comércio, serviços de alimentação, hospedagem em residências, passeios de buggy, guias locais, trilhas, culinária, merenda escolar, organização de eventos e festejos tradicionais, agricultura, entre outras.

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Para a formação das turmas, foi realizado processo seletivo com oferta de 150 vagas, destinadas a candidatos pertencentes às comunidades tradicionais vinculadas às Reservas Extrativistas (RESEX) do litoral do Ceará: Prainha do Canto Verde e entorno/Beberibe; Batoque e entorno (Balbino, Povos Indígenas Jenipapo Kanindé)/Aquiraz; além das comunidades tradicionais de Caetanos de Amontada, Maceió, Barra das Moitas e Povos Indígenas Tremembé; a Associação dos Moradores do Sítio Jardim/Fortim; a Associação Quilombola do Cumbe e Canoa Quebrada/Aracati; as comunidades tradicionais de Ponta Grossa, Barrinha de Icapuí, Comunidade Tradicional dos Esteves/Icapuí; e o Território Tradicional das Vilas de Tatajuba, Vila Nova e Vila de São Francisco/Camocim, bem como comunidades do entorno do Parque Nacional de Jericoacoara.

As aulas acontecerão nos polos de apoio presencial da UAB/Uece nos municípios de Amontada, Aquiraz, Aracati, Beberibe e Camocim. O curso terá carga horária de 1.734 horas, distribuídas em quatro semestres, com tempo de integralização mínimo de dois anos e máximo de três anos.

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