O cultivo do trigo no Rio Grande do Sul segue em bom estado, mesmo após a ocorrência de chuvas irregulares no estado, conforme boletim técnico divulgado nesta quinta-feira (28/8) pela Emater/RS. As precipitações mais intensas se concentraram no sul do Estado, onde houve registro de danos pontuais. Nas regiões Noroeste e do Planalto, que concentram a maior parte da área plantada, as chuvas foram moderadas e não comprometeram o desenvolvimento das lavouras.
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A umidade excessiva no solo interrompeu temporariamente as pulverizações, uma medida adotada para evitar a compactação do solo e possíveis danos às plantas. Os produtores continuam monitorando a presença de pragas e doenças e devem retomar a aplicação de fungicidas assim que as condições de acesso às lavouras permitirem.
Segundo a Emater/RS-Ascar, 82% das lavouras estão atualmente na fase vegetativa, 15% em floração e 3% em enchimento de grãos. O boletim destaca que o vigor vegetativo e a sanidade das plantas são considerados satisfatórios, com expectativa positiva para a produtividade. No entanto, produtores mantêm atenção quanto à possibilidade de ocorrência de doenças fúngicas, especialmente nas áreas com maior umidade e nas lavouras em floração.
A área cultivada com trigo no Estado em 2025 é estimada em 1.198.276 hectares, com produtividade projetada em 2.997 quilos por hectare.
Aveia e canola
As lavouras de aveia-branca e canola no Rio Grande do Sul seguem com bom desenvolvimento, favorecidas por condições climáticas adequadas nas últimas semanas, aponta boletim da Emater/RS. Apesar de alguns problemas pontuais, as projeções de produtividade permanecem dentro do esperado.
A cultura da aveia-branca apresenta desenvolvimento satisfatório, impulsionado por temperaturas amenas, boa radiação solar e umidade do solo mantida. As precipitações mais intensas registradas na Região Sul do estado não comprometeram o andamento geral das lavouras. Apenas uma pequena parcela foi colhida até o momento, formada por áreas semeadas fora do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). Essas áreas foram afetadas pelas geadas de julho e apresentaram baixo rendimento, com grãos destinados ao consumo animal.
Já a canola está em fase mais avançada de desenvolvimento entre as culturas de inverno. Conforme o boletim, 14% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 67% em floração, 17% em enchimento de grãos e 2% em maturação ou já colhidas. As lavouras apresentam bom vigor vegetativo, com boa fixação das flores, favorecida pela maior incidência de radiação solar nas últimas semanas.
A projeção da Emater para a canola é de uma área cultivada de 203,2 mil hectares, com produtividade média estimada em 1,7 tonelada por hectare.
Milho
As chuvas registradas nos dias 22 e 23 de agosto impactaram o andamento do plantio do milho no Rio Grande do Sul, interrompendo temporariamente as atividades em diversas regiões do estado. Segundo boletim técnico da Emater, apesar da pausa nas operações, a precipitação foi benéfica para a reposição da umidade do solo, favorecendo a germinação e emergência das lavouras.
Na Metade Sul do Estado, no entanto, os volumes superiores a 200 milímetros causaram encharcamento em áreas cultivadas, especialmente nas várzeas, dificultando o reinício dos trabalhos. Em solos bem drenados, observa-se bom vigor inicial. Por outro lado, em áreas com excesso de umidade, há risco de apodrecimento de sementes e falhas na emergência. A expectativa é de que o ritmo de semeadura seja intensificado nos próximos dias.
No aspecto fitossanitário, técnicos da Emater identificaram presença de cigarrinha-do-milho em lavouras da região Noroeste, o que tem motivado ações de monitoramento e medidas preventivas para controle da praga.
A Emater está finalizando o levantamento da área cultivada e do potencial produtivo da safra 2025/2026. Os dados consolidados serão divulgados oficialmente no dia 2 de setembro, durante a 48ª Expointer, em Esteio (RS).
Na última safra (2024/2025), a produtividade média registrada foi de 7.378 kg por hectare, com área plantada totalizando 718.100 hectares, segundo dados do IBGE.