Escolher a carne principal da ceia de Natal é uma das decisões mais características nas festas de fim do ano. Peru, chester e tender estão entre as opções mais tradicionais nas mesas, mas apresentam diferenças importantes em origem, sistema de produção, rendimento e comportamento de preços no mercado.
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Qual é a diferença entre tender, chester e peru
Segundo a Embrapa Suínos e Aves, o peru é uma ave de espécie própria, naturalmente maior e criada especificamente para esse fim. Já o chester é um tipo de frango selecionado ao longo do tempo para ter mais carne no peito e nas coxas.
O tender não é uma ave, mas um produto feito a partir do pernil do porco, que passa por processos industriais como cura, salga e cozimento antes de chegar ao consumidor. Essas diferenças de origem e de processamento ajudam a explicar porque cada carne tem preço, disponibilidade e formas de preparo diferentes no período das festas de fim de ano.
Mercado e impacto nos preços
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), o período que antecede o Natal é marcado por maior concorrência entre proteínas no mercado interno. Aves festivas, como peru e chester, disputam espaço com o frango convencional, enquanto a carne suína amplia presença com produtos voltados às comemorações, como o tender.
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A maior oferta de aves tende a conter altas mais expressivas de preços, enquanto produtos suínos processados costumam ter valores mais elevados por quilo, reflexo dos custos industriais e do processamento.
Tradição do peru
Originária da América do Norte, a ave é produzida no Brasil principalmente nos Estados do Sul, com destaque para Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Por aqui, o consumo de peru se concentra quase exclusivamente no fim do ano, o que direciona o planejamento da produção.
Em função disso, o ciclo de criação varia conforme a categoria do animal e pode ultrapassar quatro meses. As fêmeas, que atingem cerca de quatro quilos, acabam sendo as mais utilizadas na ceia de Natal, tanto pelo tamanho quanto pelo rendimento da peça.
Chester oferece rendimento e preparo mais prático
O chester é resultado do melhoramento genético do frango e chegou ao Brasil na década de 1970. Desenvolvido para concentrar maior volume de carne no peito e nas coxas, tornou-se uma alternativa ao peru nas festas de fim de ano.
Cerca de 70% da carne do chester está concentrada nessas regiões, o que favorece o rendimento e facilita o preparo. O sistema de produção é semelhante ao do frango comercial, com criação intensiva e alimentação controlada.
O que considerar ao escolher a carne
Na hora de decidir entre tender, chester ou peru, fatores como preço por quilo, tamanho da peça, rendimento, número de convidados e tempo disponível para o preparo podem ser levados em consideração.
A variedade de proteínas disponíveis no mercado permite adaptar a ceia de Natal ao orçamento e às preferências da família. Enquanto o peru mantém o prato mais tradicional, o chester se destaca pela praticidade e pelo rendimento, e o tender surge como alternativa de preparo rápido.