
O diretor de Sustentabilidade da BRF/Marfrig, Paulo Pianez, afirmou nesta quarta-feira (23/7) que o tarifaço dos Estados Unidos não gera impacto direto nas operações da companhia no Brasil, já que o mercado norte-americano não é um grande destino das carnes bovina, suína e de aves produzidas nos frigoríficos nacionais.
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“Mesmo sendo uma empresa com perfil exportador, a Marfrig exporta 65% dos que produz no Brasil, o mercado americano não é grande mercado a partir do Brasil. Do ponto de vista da companhia, não tem impacto”, afirmou em evento promovido pelo jornal Folha de S. Paulo.
Mesmo assim, Pianez ressaltou que a imposição de tarifas de 50% gera um “desarranjo” na economia e uma relação de “perde-perde” para os envolvidos.
“É um jogo de perde-perde. Perde a agroindústria, o Brasil como um todo, faz com que haja desarranjo bastante substancial”, disse. “É uma coisa absolutamente insana, não faz sentido. Do ponto de vista econômico, não traz benefício aos Estados Unidos. Pelo contrário, vai casuar impacto grande de menor disponibilidade, aumento de preço. Do ponto de vista racional, não faz absolutamente o menor sentido”, completou.
Os principais mercados para os produtos da BRF/Marfrig do Brasil são a Ásia e a Europa, disse Pianez. Ele ressaltou a importância de a questão ser resolvida o mais breve possível. “É um mercado importante para o grupo como um todo. Temos operação importante nos EUA, a National Beef, quarta maior operadora, e exportamos carne orgânica do Uruguai”, disse.
Pianez comentou ainda que o Brasil é o único país capaz de fornecer produtos agropecuários a preços competitivos, de qualidade e com ativo ambiental no mercado internacional. “[O tarifaço] é uma coisa não racional”.