
Três startups da região amazônica vão receber aportes de pelo menos R$ 45 mil para iniciativas de adaptação e mitigação de efeitos negativos das mudanças climáticas. As empresas foram selecionadas, nesta quinta-feira (4/9), no Demoday, promovido pelo Hub de Inovação Climática, em São Paulo.
O evento encerrou um ciclo de aceleração voltado a 15 startups, que apresentaram seus projetos a investidores, especialistas e representantes do setor público. As soluções vão desde iniciativas para proteção da biodiversidade a tecnologias de energia limpa e estratégias de restauração de ecossistemas.
As empresas selecionadas, além do dinheiro, terão participação garantida na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP 30), em Belém (PA), com custos de transporte e hospedagem incluídos. Veja quais são e suas áreas de atuação:
Apoena Bioindustrial (Coroatá/MA): Transforma o babaçu em insumos sustentáveis para a indústria. Sua principal inovação é um aditivo energético para o agronegócio, que reduz o consumo de combustível. A empresa remunera comunidades agroextrativistas e aproveita quase integralmente o fruto.
ForestiFi (Manaus/AM): Plataforma de investimentos que tokeniza ativos naturais da Amazônia via blockchain. Permite rastreabilidade e geração de renda para agricultores e extrativistas, conectando projetos locais a investidores em busca de impacto socioambiental.
Genera Bioeconomia (Rio Preto da Eva/AM): Transforma áreas degradadas em florestas produtivas, com foco em ativos florestais não madeireiros. Cria créditos de carbono, digitaliza florestas em NFTs e incentiva práticas de agricultura regenerativa.
Segundo Henrique Bussacos, sócio-diretor do Impact Hub São Paulo, o programa busca escalar soluções já aplicadas na região amazônica, conectando empreendedores a investidores e grandes empresas. Para ele, o perfil dos negócios participantes mostra a evolução do ecossistema. “Começa a vir uma geração de empreendedores mais maduros, que conhecem já o mercado, não estão partindo apenas de uma ideia. Já identificaram a dor e criam uma solução mais sob medida.”
Bussacos destacou ainda que o aporte oferecido funciona como capital inicial para apoiar a busca de novos investimentos. “O R$ 45 mil não vão mudar o jogo, mas a gente faz uma jornada com eles de captação de investimento. A ideia é que esse capital vire o volume que eles precisam nessa etapa.”
O Hub de Inovação Climática é resultado da cooperação entre Brasil e Alemanha, no âmbito da Iniciativa Internacional para o Clima (IKI), por meio do Programa Políticas sobre Mudanças do Clima (PoMuC). A iniciativa é implementada pela GIZ, impulsionada pela CATAL1.5ºT e realizada em parceria com o Impact Hub São Paulo.