Movimentação ocorre após a divulgação do relatório mensal de estimativas agrícolas do USDA Os contratos futuros de soja, milho e trigo fecharam em queda nesta sexta-feira (11/7) na Bolsa de Chicago. A movimentação ocorre após a divulgação do relatório mensal de estimativas agrícolas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
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A soja com vencimento em agosto registrou recuo de 0,81%, negociada a US$ 10,0425 por bushel. A desvalorização é atribuída à falta de interesse da China pela nova safra americana, além das condições climáticas consideradas favoráveis no cinturão de soja e milho dos Estados Unidos.
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O USDA elevou a estimativa de produção mundial em quase 1 milhão de toneladas, para 427,68 milhões de toneladas. O ajuste foi feito com base em dados divulgados pelo governo da Ucrânia, que indicam maior colheita no país.
O processamento global de soja deve crescer no mesmo volume e aumentar o comércio internacional de farelo, diz o órgão americano no relatório.

Milho
O milho também encerrou o dia em baixa, com os papéis para setembro caindo 0,69%, a US$ 4,0150 por bushel. Entre os fatores que influenciaram a queda estão a ausência de acordos de exportação entre os Estados Unidos e países importadores, em um cenário que aponta para uma possível safra recorde do grão. As boas condições climáticas no Meio-Oeste americano e a entrada da safrinha brasileira no mercado internacional também exerceram pressão sobre os preços.
O USDA reduziu sua estimativa para a produção global de milho em 2025/26 para 1,26 bilhão de toneladas, queda de 0,2% na comparação com o dado divulgado em junho, quando o número foi de 1,27 bilhão de toneladas.
O recuo global se dá, principalmente, pela menor produção americana.
Trigo
O trigo para setembro seguiu a mesma tendência e fechou em queda de 1,71%, a US$ 5,5750 por bushel. O mercado tem sido impactado pela incerteza nas relações comerciais entre os Estados Unidos e seus compradores, além dos elevados estoques norte-americanos. As chuvas nas Grandes Planícies do Norte, que beneficiam os cultivos de primavera, e o avanço da colheita de inverno no Sul da região também influenciam as cotações.
De acordo com o analista Andrew Hecht, da plataforma Barchart, os preços demilho, trigo e soja estão em patamares baixos em relação às máximas observadas em 2022, mas seguem um padrão de longo prazo com mínimas progressivamente mais altas.
Hecht aponta que o crescimento populacional tende a aumentar a demanda por alimentos, o que pode pressionar os preços dos produtos agrícolas. Ele também observa que a procura por biocombustíveis representa um fator adicional de sustentação para o mercado.
Ainda segundo o analista, o cenário atual inclui um movimento de aversão ao risco relacionado a tarifas comerciais, o que pode impactar os preços das commodities agrícolas nas próximas semanas.
A consultoria Granar destaca que, apesar da queda generalizada, o óleo de soja opera em alta, influenciado pela recente imposição de tarifas recíprocas de 35% entre Estados Unidos e Canadá. Os EUA são o principal destino do óleo de canola canadense, usado como matéria-prima na produção de biodiesel. A medida pode reduzir a competitividade do produto canadense e favorecer a demanda pelo óleo de soja norte-americano.
A safra mundial de trigo 2025/26 deve apresentar redução na oferta global, consumo em alta, menor volume de comércio e estoques finais mais enxutos, afirma o USDA.
De acordo com o relatório, a oferta mundial de trigo deve recuar para 1,072 bilhão de toneladas, uma queda de 0,4 milhão de toneladas em relação à projeção anterior.