
Cotações são impulsionadas por fatores técnicos e pela expectativa em relação às tarifas americanas A bolsa de Chicago abriu a sessão desta segunda-feira (14/7) com leve recuperação nas cotações dos grãos, após uma semana de fortes perdas. Soja, milho e trigo registram avanços pontuais, impulsionados por fatores técnicos e pela expectativa em relação às tarifas americanas.
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A soja apresenta alta modesta, com os contratos para agosto subindo 0,1%, cotados a US$ 10,0525 por bushel. A recuperação ocorre após uma queda de cerca de 5% na semana passada.
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Segundo a consultoria Granar, o principal fator de sustentação neste início de semana é a valorização do óleo de soja, diante da expectativa de maior demanda interna nos Estados Unidos para a produção de biodiesel. Além disso, há incerteza em relação à entrada de óleo de canola do Canadá, que pode ser restringida a partir de 1º de agosto, caso entrem em vigor tarifas recíprocas de 35% sobre produtos canadenses.
No entanto, a ausência de compras por parte da China da nova safra americana segue limitando ganhos mais expressivos.
O milho também abre em alta, e os contratos para setembro sobem 0,88%, cotados a US$ 3,9950 por bushel, após perdas próximas a 6% na semana anterior, com registros de mínimas contratuais em grande parte das posições ativas.
No momento, os ganhos são considerados mais técnicos, embora haja influência da ausência de chuvas em boa parte do meio-oeste americano. Para o restante da semana, no entanto, as previsões indicam bons volumes de precipitação na região.
A continuidade das tensões comerciais também pesa sobre o mercado: tarifas recíprocas anunciadas pelo governo dos EUA atingem importantes compradores de milho e etanol, como México, Canadá, União Europeia, Japão e Coreia do Sul, o que pode afetar a demanda externa, pontua a consultoria.
Já o trigo opera em alta, com os contratos para setembro subindo 0,37%, cotados a US$ 5,4700 por bushel. A valorização ocorre após uma queda de pouco mais de 2% na semana passada e é atribuída tanto ao ajuste de posições por investidores quanto ao avanço lento da colheita na Rússia, maior exportador global do grão. Esse atraso pode postergar o ritmo das exportações russas no início do ciclo 2025/26.
Por outro lado, as chuvas recentes no norte das Grandes Planícies dos EUA devem melhorar as condições do trigo de primavera, enquanto o avanço da colheita de inverno no país e o cenário comercial global ainda impõem limites à recuperação dos preços.