Depois de recuar 2,36% na última sessão, a soja encerrou o pregão desta sexta-feira (7/11) em alta de 0,86% na Bolsa de Chicago, cotada a US$ 11,17 por bushel nos contratos para janeiro, os mais negociados no momento. A movimentação reflete ajustes técnicos e coberturas de posições de operadores.
+Veja mais cotações na ferramenta da Globo Rural
Apesar da recuperação, o mercado ainda aguarda confirmação de novas compras chinesas para sustentar a meta de exportar 12 milhões de toneladas de soja aos portos da China até o fim do ano, conforme projeção mencionada pela Casa Branca. De acordo com a consultoria Granar, a ausência de novas confirmações torna o cumprimento desse objetivo cada vez menos provável.
Saiba-mais taboola
Nesta sexta-feira, a Administração Geral de Aduanas da China anunciou que restabelecerá, a partir da próxima segunda-feira (10/11), as licenças de importação de soja para algumas empresas norte-americanas. As licenças haviam sido suspensas em março, durante o auge do conflito comercial entre os dois países. A decisão integra um acordo firmado entre os governos dos Estados Unidos e da China durante o encontro presidencial na Coreia do Sul.
Também foi divulgado que a China importou em outubro 9,48 milhões de toneladas de soja, volume recorde para o mês e 17,18% superior ao registrado em outubro de 2024. As compras foram majoritariamente de grãos sul-americanos. Por razões sazonais, o volume foi 26,3% menor que o de setembro.
Milho
O milho para dezembro fechou em baixa de 0,35%, a US$ 4,2725 por bushel, ampliando as perdas da sessão anterior. As cotações foram pressionadas pelo clima seco no Meio-Oeste dos Estados Unidos, que favorece o avanço da colheita recorde e o aumento da oferta no mercado. Além disso, produtores norte-americanos estariam aproveitando as recentes altas para vender o grão novo. As boas condições da safra 2025/26 de milho na Argentina, com 36% da área já plantada, também contribuíram para o movimento de baixa.
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) anunciou decisões sobre 16 pedidos de pequenas refinarias que solicitaram isenções às regras de mistura obrigatória de biocombustíveis. Foram concedidas isenções totais a duas refinarias, parciais (de 50%) a 12 e negados os pedidos de duas. A medida gerou tensão entre os setores de petróleo e de agricultura: o primeiro aponta o alto custo das misturas, enquanto o segundo defende níveis mais altos de biocombustíveis para estimular a demanda por milho e soja. Segundo a Granar, ainda não está definido o destino dos volumes não utilizados, e a indústria propõe redistribuí-los entre refinarias maiores.
Trigo
O trigo para dezembro encerrou o dia em queda de 1,45%, cotado a US$ 5,2775 por bushel. O movimento foi influenciado pela decepção do mercado com o volume de uma recente compra chinesa, considerado abaixo das expectativas que haviam impulsionado as cotações anteriormente. Sem esse fator de apoio, os preços voltaram a refletir os fundamentos de oferta elevada entre os principais exportadores e o avanço das colheitas no hemisfério sul, especialmente na Austrália e na Argentina, que mantêm projeções positivas.