
O preço da soja avançou na bolsa de Chicago, mas as altas ainda seguem limitadas à espera de anúncios mais concretos sobre o comércio entre EUA e China. Os lotes da soja para janeiro avançaram 0,60% nesta quarta-feira (26/11), para US$ 11,3150 o bushel.
+Veja mais cotações na ferramenta da Globo Rural
A soja “andou de lado” por mais uma sessão em Chicago e nem mesmo rumores sobre novas compras da China pelo grão americano mudaram a dinâmica de preços. Segundo informações da Reuters, os chineses teriam adquirido mais dez navios de soja dos americanos, após nova rodada de conversas entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
“O mercado sente que a China era para ter comprado muito mais soja dos EUA, e todas as afirmações de que esse comércio vai deslanchar só parte do lado americano, nunca do asiático, uma vez que a necessidade nesse momento é dos Estados Unidos, que tem uma boa safra para escoar. Diferentemente de 2018 [ano da primeira guerra comercial entre EUA e China], os chineses não dependem mais dos americanos nas vendas de soja”, afirma Ariel Nunes, especialista em commodities da Grand Center.
Desde que os presidentes de EUA e China se reaproximaram, no fim de outubro, os chineses adquiriram pouco mais de 2 milhões de toneladas de soja americana. A meta estabelecida unilateralmente por Trump indica a exportação de 12 milhões de toneladas ao gigante asiático ainda este ano. Para Nunes, caso esse volume de comercialização se concretize, a soja pode subir para acima dos US$ 12 o bushel.
“Os EUA tem bastante soja para vender, e a China voltou a comprar sim, mas com volume muito menor que o esperado, porque a soja do Brasil ainda está mais barata que a americana. Com margens de esmagamento estreitas, a China não tem motivos para pagar mais caro pelo produto, e por isso segue comprando da mão para a boca”, acrescenta o analista.
Milho
O milho avançou na sessão em Chicago após ajustes técnicos. Os lotes com entrega para março do ano que vem subiram 1,60%, a US$ 4,4525 o bushel.
Para Ariel Nunes, da Grand Center, apenas ajustes justificam a alta do milho no curto e médio prazos, uma vez que a expectativa de oferta nos EUA segue otimista.
“Os EUA devem trazer uma safra acima de 420 milhões de toneladas. O peso da oferta limita qualquer ganho mais consistente do milho em Chicago”, destaca Nunes.
Trigo
O preço do trigo subiu na bolsa de Chicago. Os papéis com entrega para março de 2026 registraram leve alta, de 0,23%, a US$ 5,4050 o bushel.





