A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) confirmou neste domingo (5) a notificação de três casos suspeitos de intoxicação por metanol no estado. Os registros ocorreram em diferentes regiões: o primeiro paciente está internado no Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), em Quixeramobim, com notificação feita no sábado (4). Já neste domingo (5), outros dois casos foram reportados, um em Caucaia — atendido no Hospital Regional da Unimed, em Fortaleza — e outro em São Gonçalo do Amarante.
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Diante do avanço das notificações, a Sesa divulgou que já enviou uma nota técnica do Ministério da Saúde (MS) aos Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde nas superintendências regionais. O documento reforça a importância da detecção precoce e do tratamento imediato em casos suspeitos. Os municípios também foram orientados a realizar notificações imediatas de qualquer novo caso relacionado à possível ingestão de metanol.
Cidades com casos suspeitos de intoxicação por metanol no Ceará:
- Quixeramobim
- Caucaia (atendido em Fortaleza)
- São Gonçalo do Amarante
A Secretaria afirmou que segue acompanhando e monitorando de perto a situação, em articulação com os órgãos competentes. O objetivo é garantir uma resposta rápida e eficaz, reafirmando o compromisso com a saúde pública e com a proteção da população cearense diante do risco representado por bebidas alcoólicas contaminadas.
Um caso é considerado suspeito de intoxicação por metanol quando o paciente relata ingestão de bebida alcoólica e apresenta sintomas persistentes ou em agravamento, como embriaguez prolongada, desconforto gástrico e alterações visuais, entre 12 e 24 horas após o consumo. Diante da gravidade dos efeitos do metanol, o diagnóstico precoce é considerado essencial para a sobrevida e recuperação da vítima.
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Antídoto do metanol
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está em processo de articulação internacional para viabilizar a importação emergencial do medicamento fomepizol, considerado o antídoto mais eficaz contra intoxicações por metanol. A substância não possui registro no Brasil, o que levou a agência a buscar alternativas no mercado internacional.
O fomepizol atua bloqueando a conversão do metanol em metabólitos altamente tóxicos, como o formaldeído e o ácido fórmico, que causam danos severos ao sistema nervoso central e ao fígado. Por não estar disponível no mercado nacional, a urgência em obtê-lo se intensifica à medida que crescem os casos suspeitos no país.
Para acelerar o processo de aquisição, a Anvisa publicou o Edital de Chamamento Internacional nº 17/2025, convidando fabricantes e distribuidores estrangeiros a informarem a disponibilidade imediata do medicamento. A agência já entrou em contato com órgãos reguladores da União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Argentina, Japão e outros países, numa tentativa coordenada de trazer o antídoto ao Brasil o quanto antes.
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