
Abimaq defende que governo destine o montante ao PCA no próximo Plano Safra O custo para construir um sistema de armazenagem para grãos depende de vários fatores como capacidade do silo, tipo de construção, região, mão de obra, materiais, fundação, equipamentos como moegas e secadores. A adoção ou não de inteligência artificial no sistema ou o tipo de manutenção também influenciam. Assim, o custo para erguer uma estrutura pode variar de R$ 2 milhões a R$ 100 milhões.
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Além dos custos, um dos entraves para o investimento nesses sistemas é a taxa de juros, acima de 25% ao ano no mercado financeiro tradicional. “O payback (retorno) de um sistema de armazenagem bem feito leva de oito a 12 safras para ocorrer. Com essas taxas é impossível pensar em investir”, afirma o consultor Carlos Cogo.
Para minimizar o problema, os produtores esperam os recursos do PCA (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns) do Plano Safra. Só que nos últimos anos, os recursos anunciados não foram efetivamente ofertados.
No Plano 2024/25, o governo anunciou R$ 7,8 bilhões para a linha, mas apenas R$ 2,95 bilhões foram liberados até março, 38% do total. “Há dez anos, eram R$ 4,5 bilhões, mas 100% dos recursos saíam do papel. Era mais dinheiro”, diz Cogo.
O PCA foi criado em 2013 e tem sido importante ferramenta de apoio à ampliação de armazéns de grãos no Brasil. Os recursos podem ser aplicados em projetos de construção, ampliação, reforma ou modernização de armazéns.
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) pediu ao governo que o próximo Plano Safra destine R$ 15 bilhões ao PCA. A expectativa de Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq (CSMIA), é que repetindo esse valor, em dez anos, o déficit de armazenagem esteja dentro do aceitável.