
Em meio ao bloqueio de quase metade do orçamento destinado à subvenção de prêmios do seguro rural em 2025, companhias seguradoras buscam alternativas para garantir clientes e vender apólices a produtores, apesar das incertezas do mercado.
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A Newe Seguros lançou uma ação inédita para apoiar e estimular a contratação de seguros para a safra de verão. Até 20 de agosto, os clientes que emitirem apólices de seguro multirrisco para cultura de soja não terão dúvidas sobre o custo final do seguro e ainda poderão parcelar a contratação até o início do plantio.
Caso a subvenção federal não seja liberada até o fim do ano e não cubra a apólice do produtor, a seguradora vai quitar a parcela referente ao subsídio governamental, uma espécie de desconto — de 20% — para garantir clientes e a cobertura das áreas.
“É uma ação pioneira, pensada para proporcionar ao produtor uma solução inovadora e que possa impactar toda a cadeia rural. Hoje, diante da falta de garantia em relação ao recurso da subvenção, queremos apoiar o segmento e ser um parceiro do mercado”, afirma o diretor comercial da Newe, Marcos Vinicius Pereira, em nota.
O bloqueio orçamentário atingiu R$ 445 milhões da verba de R$ 1,06 bilhão prevista para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) neste ano. O programa oferece subsídio de 20% sobre o valor do prêmio para cultura de soja. O setor estima que a área segurada pode ficar abaixo de 5 milhões de hectares, o menor volume em sete anos.
“A área média do programa de subvenção federal é de 50 hectares, portanto não são megaprodutores. Pelos nossos cálculos, os R$ 445 milhões contingenciados, em teoria, representam uma redução de R$ 37 bilhões de proteção que estariam deixando de ser contratados com esse movimento do governo, trazendo um impacto severo para a economia caso ocorra algum desastre climático”, destaca o vice-presidente da Newe, Rodrigo Motroni, no comunicado.
Recentemente, a Newe informou que a expectativa “conservadora” era alcançar 200 mil hectares segurados em 2025. “Vai ser muito difícil chegar a isso”, ponderou Motroni, após o anúncio do bloqueio no orçamento federal. A seguradora não informou qual montante poderá ser aplicado para bancar a fatia que seria paga com o subsídio federal nas apólices.
Segundo a seguradora, os juros mais altos do crédito rural nesta temporada, que aumentaram até 2 pontos percentuais no Plano Safra 25/26, ampliam as dificuldades do setor.
“Estamos trazendo uma ação disruptiva, planejada e muito calculada, para trazer fôlego e apoio ao produtor rural. Todas as propostas efetivadas serão submetidas às regras convencionais de subscrição e, em caso de sinistro, o prêmio eventualmente abatido neste processo será descontado do valor a ser indenizado, com toda responsabilidade e transparência junto a todos os envolvidos”, acrescenta Pereira.