As medidas de salvaguarda do governo chinês sobre a carne bovina brasileira, incluindo a imposição de tarifas, alteram as condições de acesso àquele mercado e impõem uma reorganização dos fluxos de produção e de exportação do produto. A avaliação é da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Em nota, as entidades ressaltaram que a medida chinesa passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2026 e estabelece uma cota crescente nos três primeiros anos, iniciando em 1,106 milhão de toneladas no primeiro ano, com tarifa de 12% para os volumes dentro da cota e sobretaxa de 55% para os volumes excedentes, resultando em tarifa total de 67% fora da cota.
Em 2025, as importações chinesas de carne bovina brasileira somaram cerca de 1,7 milhão de toneladas, o equivalente a 48,3% do volume exportado.
“Nesse cenário, passam a ser necessários ajustes ao longo de toda a cadeia, da produção à exportação, para evitar impactos mais amplos”, destaca o comunicado assinado pela Abiec e CNA.
As entidades ressaltaram ainda a boa relação comercial Brasil e China, acrescentando o papel da carne bovina no abastecimento do mercado chinês e a estabilidade da oferta ao consumidor.
“Cabe ressaltar que a cadeia da pecuária bovina tem papel central na economia brasileira, levando renda a milhares de municípios e sustentando cerca de 7 milhões de empregos diretos e indiretos. Aproximadamente 70% da carne bovina produzida no Brasil é destinada ao mercado interno, enquanto cerca de 30% é exportada, evidenciando o caráter complementar das exportações e sua importância para o equilíbrio e o funcionamento da cadeia pecuária nacional”.