
A imposição de medidas de salvaguarda pela China sobre a carne bovina importada tende a gerar impacto imediato no mercado pecuário brasileiro, com pressão sobre os preços da arroba, avalia o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Ribeiro Júnior. Para ele, a decisão do governo chinês pode provocar efeitos no curto prazo, mas a expectativa é de retomada relativamente rápida dos níveis anteriores de compra.
O presidente da Acrimat destaca que a carne bovina brasileira apresenta atualmente um dos menores preços do mercado internacional e que a população chinesa vem incorporando o produto à dieta em ritmo superior à capacidade de produção doméstica.
Diante desse cenário, “acredito num impacto inicial nos primeiros meses, mas com retorno rápido aos patamares de antes. Para o pecuarista, o impacto deverá ser imediato por aqui com estagnação nos preços da arroba, infelizmente”, disse o presidente.
Reunião na próxima semana
Em meio ao anúncio de medidas de salvaguarda, está prevista para a próxima semana, em São Paulo, uma reunião com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) para avaliar como será a implementação das cotas, segundo fontes do setor.
O governo chinês deverá publicar uma portaria com instruções para a habilitação às cotas, o que gera preocupação entre agentes do setor quanto ao acesso de pequenos e médios exportadores, diante do risco de concentração entre grandes empresas.
Ainda de acordo com fontes, o governo brasileiro avalia possíveis encaminhamentos e discute a solicitação de isenção para cargas que já estão em trânsito.
Conforme publicado pela reportagem na última sexta-feira (26/12), cerca de 300 mil toneladas de carne bovina já estavam negociadas e em transporte, com chegada à China prevista após a virada do ano. Com isso, restariam pouco mais de 700 mil toneladas disponíveis para negociação sem incidência da tarifa adicional.





