Equipamento está em funcionamento em lavouras de culturas como soja, milho, trigo, algodão e cana A Solinftec, empresa brasileira especializada em desenvolvimento de tecnologias para o agronegócio, contabiliza 150 robôs em operação no campo. Até o fim deste ano, a agtech pretende chegar a 700 unidades em funcionamento. Batizado de Solix, o equipamento, que funciona como um mata-inseto gigante, está presente em culturas de soja, milho, trigo, algodão e cana-de-açúcar em fazendas brasileiras, norte-americanas e colombianas.
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Segundo a Solinftec, na safra 2024/25, os agricultores que utilizaram o equipamento notaram ganhos expressivos, com benefícios que impactam desde o solo da fazenda até o bolso do produtor.
Conforme o levantamento apresentado pela empresa na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), o módulo de pulverização seletiva do robô, que utiliza câmeras e inteligência artificial para identificar plantas daninhas e aplicar herbicidas de forma precisa, reduziu o uso de agroquímicos em cerca de 77% nas lavouras de algodão e 93% na cana-de-açúcar. Na soja e no milho, o uso do Solix gerou um aumento de produtividade de até dez sacas por hectare.
Um estudo desenvolvido em parceria com a B4A também analisou o impacto da aplicação seletiva de herbicidas na biodiversidade microbiana do solo. Áreas em Mato Grosso, Bahia, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo foram divididas em duas partes: uma com aplicação convencional, e outra, com o Solix.
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Os resultados mostraram que o uso do robô quase dobra a presença de fungos e bactérias que ajudam as plantas a resistirem a estresses climáticos, pragas e doenças. A tecnologia se mostrou efetiva no aspecto sustentável, aumentando em 12% a presença de organismos que participam da degradação de moléculas químicas e da formação de matéria orgânica.
“Esses dados mostram que o investimento em bioinsumos pode ser comprometido por aplicações convencionais. Já o uso do Solix, com pulverização localizada, garante maior preservação da vida no solo, promovendo resistência, produtividade e sustentabilidade”, afirma Bruno Pavão, CRO (Chief Robotics Officer) da Solinftec.
Solix faz um raio-x da área da lavoura antes das operações
Divulgação/Solinftec
O executivo ainda ressalta a importância do mercado de bioinsumos para estas culturas, principalmente para a soja e o algodão. “O manejo de alta produção e eficácia no desenvolvimento de culturas passa por tratamento e uso de produtos biológicos, ou seja, indicadores como estes passam a ser também indicadores econômicos”, defende.
Conforme a Solinftec, o Solix faz um raio-x completo da lavoura antes de qualquer ação. Por ser um equipamento de leve e pequeno porte, ele ainda evita compactação do solo. Com placas fotovoltaicas acopladas em sua estrutura de 1,75 metro de altura, seu combustível é o sol, dispensando a necessidade de diesel.