
As incertezas no campo da oferta voltaram a ditar uma forte alta nos preços do café negociado na bolsa de Nova York. Nesta quarta-feira (5/11), os contratos com vencimento em dezembro avançaram 2,06%, a US$ 4,1360 a libra-peso.
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De acordo com Fernando Maximiliano, analista de inteligência de mercado da StoneX, depois de um período de acomodação, o café voltou a ganhar impulso, primeiro pela indefinição sobre o tarifaço aplicado pelo EUA sobre os produtos brasileiros, que afetou as exportações de café o país, maior fornecedor mundial do grão tipo arábica.
“Os preços entraram em um período de acomodação após o encontro entre os presidentes do Brasil e dos EUA, mas já retomaram o caminho das altas, pois nada ficou acertado entre os países. Também houve aumento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a Colômbia e isso é positivo para os preços”, disse o analista. Os colombianos são o segundo maior exportador de café arábica do mundo.
O analista da StoneX lembra que as incertezas sobre o tamanho da safra brasileira para 2026 ainda permanecem no mercado, reforçando a tendência de alta para as cotações.
Por fim, o café avançou apoiado pelas preocupações com a safra do Vietnã. O maior produtor mundial da variedade robusta está em período inicial de colheita, e as chuvas recentes são um alerta para o mercado.
“As precipitações acumularam 600 milímetros em 15 dias. Essa grande quantidade de água não é boa para o ritmo da colheita, e ainda pode afetar a qualidade do grão”, observou Maximiliano.
Cacau
No mercado do cacau na bolsa de Nova York, os papéis da amêndoa para março de 2026 fecharam em queda de 3,17%, a US$ 6.469 a tonelada.
De acordo com a Barchart, as cotações cederam após relatos de produtores da Costa do Marfim – maior produtor mundial – indicarem que os cacaueiros estão se desenvolvendo bem e que o clima seco recente contribuiu para a secagem das amêndoas.
Nesse sentido, a Mondelez, uma das maiores fabricantes de chocolates do mundo, afirmou recentemente que a última contagem de vagens de cacau na África Ocidental está 7% acima da média dos últimos cinco anos.
Açúcar
Nas negociações do açúcar, os lotes do demerara com entrega para março do ano que vem caíram 0,77%, com o valor de 14,11 centavos de dólar a libra-peso.
Suco de laranja
O suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) recuou em Nova York após a alta de mais de 5% na véspera. Hoje, os papéis para janeiro tiveram queda de 0,45%, para US$ 1,8865 a libra-peso.
Algodão
O algodão, por sua vez, fechou o dia praticamente estável. Os lotes com vencimento em dezembro tiveram ligeira alta, de 0,05%, cotados a 65,23 centavos de dólar a libra-peso.





