
A Ramax-Group, produtora e exportadora de carne bovina, iniciou recentemente operações em mais duas unidades, uma em Cachoeira Alta (GO) e outra em Fernandópolis (SP). A expansão da companhia segue a linha de identificar frigoríficos de outras empresas que estão subutilizados, assumir a gestão e investir para ampliar a produção.
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Em Goiás, por exemplo, a Ramax dobrou a capacidade de abate, de 200 para 400 animais por dia. A expectativa é abater até 700 bois diariamente em breve. O faturamento mensal apenas dessa unidade pode chegar a R$ 80 milhões. Em um ano, a receita do frigorífico, que pertence à Frigari, pode se aproximar de R$ 1 bilhão.
A planta já tem habilitação para exportar para o Chile e para países do Oriente Médio. Agora, a Ramax trabalha para obter aprovações para Indonésia e China.
“Cerca de 70% da produção será destinada à exportação, com os 30% restantes voltados ao mercado interno, especialmente cortes como picanha, alcatra, contrafilé e filé mignon, que têm maior valorização no Brasil”, diz Magno Gaia, CEO do grupo.
O Japão também está no radar da Ramax para a unidade goiana, mas o mercado ainda não foi aberto. Também há intenção de acessar os Estados Unidos, mas os planos podem ser prejudicados pelo tarifaço de Donald Trump.
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A companhia não informou o valor investido na modernização da planta em Goiás, mas disse que a escolha foi estratégica. O Estado tem mais de 24 milhões de cabeças de gado. “Muitos frigoríficos de São Paulo compram animais em Goiás e os transportam para abate. Estamos interceptando esse fluxo e mantendo o valor na região”, afirmou Gaia.
Em Fernandópolis, a estratégia é outra. A unidade é apenas de desossa da produção excedente de Cachoeira Alta e de outras plantas do grupo, como o frigorífico próprio em Rondon do Pará (PA). Atualmente, podem ser processadas 1,2 mil toneladas de carne por mês no estabelecimento, mas há potencial para dobrar a produção.
“É muito estratégico para o grupo do ponto de vista tributário, industrial e comercial. Em vez de vender carne para desossadores, fazemos isso internamente e entregamos diretamente ao cliente final, mantendo controle de qualidade e margem de valor agregado”, explica Gaia. O frigorífico já exporta para a Palestina.
Em 2024, a Ramax faturou quase R$ 1,5 bilhão e tinha planos de ultrapassar os R$ 3 bilhões neste ano. Gaia não disse qual é a previsão atualizada. Além das unidades em Cachoeira Alta e Fernandópolis, o grupo espera inaugurar as operações em mais dois frigoríficos ainda em 2025.
Atualmente, a Ramax opera também frigoríficos em Guarantã do Norte (MT) e tem uma unidade própria em Rondon do Pará (PA). As operações em uma planta de Rondonópolis (MT) devem começar em agosto. Em Xinguara (PA), pode haver retomada de abates ainda neste ano.