A quadra chuvosa de 2025 no Ceará, que vai de fevereiro a maio, terminou oficialmente no último sábado (31) com volume dentro da média histórica. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o acumulado no período foi de 517,9 milímetros (mm), cinco mm acima do mínimo esperado, que é de 512 mm.
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Apesar do balanço positivo, o período foi marcado por forte irregularidade. Janeiro surpreendeu com 191,1 mm de chuva, quase o dobro da média para o mês, impulsionado pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e pela aproximação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
Por outro lado, abril teve um dos piores desempenhos desde 2017, registrando apenas 120 mm — resultado atribuído ao afastamento precoce da ZCIT e à influência da Oscilação Madden Julian (OMJ).
A região que mais concentrou chuvas foi a macrorregião da Grande Fortaleza. Caucaia liderou o ranking, com 1.431 mm, seguida de Fortaleza (1.326 mm) e Maracanaú (1.264 mm). Em contrapartida, municípios do Sertão Central e Inhamuns registraram os menores volumes, com média de apenas 418,7 mm, abaixo do considerado normal.
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O cenário confirma os prognósticos divulgados pela Funceme no início do ano, que apontavam 45% de chance de dentro da média, com concentração maior no Centro-Norte do estado e tempo mais firme no Sul.
Mesmo com a queda acentuada em abril, o Ceará mantém, pelo terceiro ano consecutivo, mais de 50% da capacidade dos seus reservatórios hídricos, garantindo maior segurança hídrica para os próximos meses.
Ceará com mais da metade da capacidade hídrica pelo terceiro ano seguido
O balanço, divulgado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), aponta que dez das doze bacias hidrográficas cearenses tiveram redução no volume armazenado em relação ao fim da quadra de 2024. Apenas as bacias do Alto Jaguaribe e da Serra da Ibiapaba apresentaram crescimento nos níveis.
Um dos grandes fenômenos deste ano foi a sangria do açude Orós, o segundo maior do Estado, que voltou a transbordar após 14 anos. O reservatório, que tem capacidade para 1,9 bilhão de metros cúbicos de água, atingiu seu volume máximo no dia 26 de abril.
O momento atraiu moradores de Orós e das cidades vizinhas, que celebraram o momento e compartilharam registros nas redes sociais, marcando um raro e simbólico evento para a região.
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