Professores de Fortaleza paralisam atividades contra a Reforma Administrativa e em defesa do serviço público

Os professores e professoras da rede municipal de Fortaleza iniciaram, nesta terça-feira (7), uma paralisação de 72 horas em protesto contra a Reforma Administrativa e em defesa do serviço público. A mobilização, organizada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), faz parte de uma agenda nacional de pressão contra a proposta que tramita na Câmara dos Deputados. Durante o período de paralisação, as atividades escolares estarão suspensas em toda a capital.

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A programação inclui vigílias permanentes na Secretaria Municipal da Educação (SME) nos dias 7 e 8 de outubro, além da Marcha do Ceará – “O Serviço Público é do Povo!”, marcada para a quinta-feira (9). A concentração do ato será na Praça da Imprensa, às 8h, com caminhada até a Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), onde os trabalhadores pretendem entregar um manifesto contra o projeto.

De acordo com o Sindiute, a proposta de Reforma não representa uma modernização do serviço público, mas sim um “ataque direto aos direitos dos servidores e à estrutura do Estado”. O relatório final do grupo de trabalho na Câmara prevê o fim da estabilidade, criação de vínculos temporários, eliminação de gratificações e licenças-prêmio, e a adoção de bônus e metas inspiradas em modelos empresariais.

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“Querem transformar o serviço público em negócio, mas, fazendo isso, irão destruir o que é público”, afirmou a presidenta do Sindiute, Ana Cristina Guilherme. “A Reforma vai abrir espaço para privatizações, ampliar contratações precárias e acabar com os concursos. Essa é uma ameaça direta à escola pública, aos trabalhadores da educação e ao direito da população de ter acesso à educação de qualidade.”

O sindicato também reforça que a mobilização busca alertar a população sobre os impactos da proposta e pressionar os parlamentares cearenses a se posicionarem contra o texto. “Nós temos de explicar à população que essa reforma não combate privilégios, mas retira direitos dos servidores e ataca o que é público. O que a população precisa é de mais professores concursados, escolas estruturadas e melhores condições de trabalho. Essa reforma vai no sentido oposto”, completou Ana Cristina.

Além da resistência à Reforma Administrativa, o movimento também reivindica o cumprimento de pautas locais. O Sindiute cobra da Prefeitura de Fortaleza a retomada de direitos suspensos e o respeito a conquistas históricas da categoria. A entidade afirma que a gestão municipal tem acumulado pendências com os professores e que o sucateamento das escolas tem comprometido o ensino público da capital.

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