Antes, haverá uma reunião técnica dos senadores com representantes de instituições financeiras Senadores gaúchos e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, vão se reunir nesta quarta-feira (23/4) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tentar avançar em tratativas por uma solução para as dívidas dos produtores rurais do Estado.
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Antes, haverá uma reunião técnica dos senadores com representantes de instituições financeiras. A agenda foi articulada pelo senador Luis Carlos Heinze (PP-RS). Hamilton Mourão (Republicanos-RS) também participará do encontro.
O Ministério da Agricultura estima em R$ 28 bilhões o montante de parcelas de crédito rural de produtores gaúchos com vencimento em 2025. A Pasta já solicitou à Fazenda a prorrogação das prestações por seis meses, mas o pedido ainda não foi atendido. Na semana passada, o Ministério da Fazenda sinalizou que não fará um adiamento generalizado.
Em audiência pública hoje, Heinze disse que a proposta em discussão é de alongamento dos vencimentos das parcelas deste ano e de acesso dos produtores a novos recursos do Fundo Social, de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões.
Segundo ele, mais de 200 mil propriedades rurais do Rio Grande do Sul estão com problemas de endividamento atualmente, mas que ainda “têm solução”.
Representantes dos produtores gaúchos subiram o tom de cobrança ao governo federal por uma solução para suas dívidas, em mais um ano de perdas por conta do clima adverso.
“Não estamos pedindo esmola, mas uma resolução para um processo que é muito maior do que nós. Estamos com mudança climática em curso e o epicentro dessas mudanças é o Estado do Rio Grande do Sul”, disse Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), em audiência pública na Câmara dos Deputados.
Segundo o dirigente, a agricultura do Estado perdeu ou deixou de colher cerca de 40 milhões de toneladas de grãos entre 2020 e 2024 por conta de secas e das enchentes do ano passado. Com isso, o prejuízo aos produtores gaúchos passou de R$ 106,6 bilhões. Para o setor como um todo, considerando a agroindústria, as perdas foram de R$ 319 bilhões no período. Em 2025, a colheita em curso deverá ser 10 milhões de toneladas menor que a estimativa inicial.
A proposta da Farsul é de criação de uma linha de crédito para a composição das dívidas com prazo de 20 anos, com recursos do Fundo Social do pré-sal. Segundo Pereira, o mecanismo não geraria gasto para a União e seria uma solução para os produtores. No ano passado, R$ 5,7 bilhões do Fundo Social foram para a agropecuária do Estado.
O secretário-adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araújo, disse na audiência pública de hoje oque a Pasta busca uma medida de curto prazo. Ele salientou, porém, que as renegociações de dívidas impactam no Plano Safra vigente e no seguinte, com redução do orçamento para equalização de juros de novas operações de crédito.