Clima irregular pode afetar produção em grandes exportadores do cereal, como Rússia e EUA O trigo destoou dos demais grãos negociados na bolsa de Chicago e fechou a sessão em forte alta em meio a cenário adverso para o desenvolvimento da safra em algumas regiões produtoras. Nesta quarta-feira (18/6), os contratos com entrega para setembro subiram 4,42%, a US$ 5,9050 o bushel.
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De acordo com Luiz Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica, o trigo avançou de forma expressiva diante de problemas com o clima no maior exportador mundial do cereal, a Rússia.
“Na segunda maior região produtora de trigo da Rússia, em Krasnodar, o governo decretou situação de calamidade pública devido à seca. Na região, apenas 45% dos cultivos estão em bom estado. Vale lembrar que Rostov, o maior produtor de trigo do país, também já decretou calamidade. Com problemas no maior exportador do mundo, vai sobrar para os EUA atender o mercado”, diz Pacheco.
Em solos americanos, no entanto, as condições para a safra de trigo de inverno preocupam, com a previsão de tempestades que podem atrasar ainda mais a colheita e ainda prejudicar a qualidade do cereal. Na segunda (16), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu de 54% para 52% o índice de lavouras de trigo em boas e excelentes condições.
Milho
Pegando “carona” na forte alta do trigo, o milho avançou em Chicago. Os lotes para julho fecharam em alta de 0,46%, cotados a US$ 4,3350 o bushel. Geralmente, os movimentos de preço dos cereais têm ligação, já que ambos são utilizados como matéria-prima na indústria de ração animal.
Soja
A soja registrou preços praticamente estáveis em Chicago. Os contratos para julho avançaram 0,07% na sessão desta quarta, para US$ 10,7475 o bushel. De maneira geral, a tendência de baixa prevalece, enquanto não há registro de problemas para a safra americana.
Por outro lado, o mercado acompanha os desdobramentos do conflito entre Irã e Israel, que podem ocasionar em alta nos preços do petróleo, e, de quebra, afetar a cotação do óleo de soja e posteriormente do grão negociado em Chicago.