Segundo semestre começa com baixas temperaturas no Sul e estiagem em áreas do Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste Julho, considerado o mês mais frio do ano, começa nesta terça-feira com o inverno em ação e temperaturas baixas – e até negativas –, principalmente, no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Leia mais
Veja quantos graus fará na sua cidade
O que plantar em julho? Veja 18 opções de frutas e hortaliças
A chegada de uma intensa massa de ar polar que avança sobre o centro-sul do Brasil vai derrubar as temperaturas em algumas regiões do país logo no primeiro dia do mês. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Sul será o mais impactado.
No Rio Grande do Sul, a queda nas temperaturas já será sentida nas primeiras horas da manhã, com os termômetros registrando valores abaixo de 0 °C em diversas cidades. Municípios como Bagé e Dom Pedrito devem amanhecer com temperaturas negativas e há previsão de geada nessas áreas.
Para o restante do mês, no entanto, a previsão indica que a principal característica do mês não deve ser seguida à risca em 2025, explica o meteorologista Celso Luis de Oliveira Filho, da Safira Energia, à Globo Rural.
“Talvez não tenhamos tantas ondas de frio assim. As simulações mostram, por enquanto, a primeira quinzena com temperaturas acima do normal. Desta forma, se tivermos uma queda mais acentuada como aconteceu na reta final de maio e também de junho, seria mais para o fim de julho. Ou seja, não vamos ter um mês totalmente frio”, diz.
Ele acrescenta que a condição (temperaturas baixas) é exclusiva para o Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste, porque o Norte e Nordeste, mais próximos à Linha do Equador, são dificilmente atingidos por massas de ar polares em razão da extensão territorial do país, com mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados.
“Uma boa parte das particularidades de julho deve se repetir, sim, mas não com relação às temperaturas. No mais, a expectativa é que as chuvas fiquem, como sempre, concentradas no Sul, leste do Nordeste e norte da região Norte”.
Saiba-mais taboola
O que acontece em julho?
Além das baixas temperaturas, episódios frequentes de geada, nevoeiros e até ocorrência de neve, o sétimo mês do ano é marcado pelo clima seco em quatro das cinco regiões brasileiras. “No Sudeste, Centro-Oeste, parte do Norte, principalmente, entre o Acre e Tocantins, e no interior do Nordeste, praticamente não tem chuva”, detalha.
Os únicos locais com precipitação volumosa são:
Região Sul, com destaque para o Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina;
Litoral leste do Nordeste (entre Rio Grande do Norte e Bahia);
Norte da região Norte (Amazonas e Amapá).
O dia mais frio do ano
Apesar da tecnologia e diversos modelos meteorológicos em uso, é impossível prever quando será o dia mais frio de 2025. Mas a tendência, ao observar as estações passadas, é que as menores temperaturas aconteçam em julho.
“Na verdade, não existe uma data específica. Pode acontecer no decorrer do inverno ou, até mesmo, no início da primavera. Ali é mais difícil, sim, mas não é impossível fortes ondas de frio na primavera. Em média, espera-se um frio mais intenso no ápice do inverno, que seria em julho e comecinho em agosto”, afirma o meteorologista Willians Bini.
Initial plugin text
Até o momento, a menor temperatura do ano foi registrada no dia 24 de junho em Urupema, cidade catarinense que detém o título de “Capital Nacional do Frio”, durante a primeira onda do inverno: -8,16ºC e sensação térmica de -31°C, conforme dados do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram).
+ É normal nevar no Brasil? Especialistas explicam fenômeno
Como será o clima nas regiões brasileiras?
Como fica o clima em junho?
Sul: Aeve chover com mais frequência no Rio Grande do Sul, enquanto o Paraná, entre os três Estados, registra os menores volumes. A segunda metade do mês deve apresentar os números mais baixos nos termômetros.
Sudeste: A expectativa é de clima seco e pouca chuva na região. As frentes frias terão dificuldade de avançar e, por consequência, as temperaturas ficam mais elevadas do que o normal. Assim como no Sul, queda acentuada pode acontecer apenas no fim de julho.
Centro-oeste: A condição de chuva é semelhante ao Sudeste, com a previsão indicando pouca precipitação nos próximos 31 dias. As temperaturas devem ficar acima da média.
Nordeste: Os maiores volumes de chuva devem ser registrados ao longo da faixa leste da região, entre o Rio Grande do Norte e a Bahia. No interior, o tempo seco predomina. A tendência é de as temperaturas ficarem próximas da média nas Capitais, enquanto o interior fica acima da média histórica.
Norte: A faixa entre o norte do Amazonas e o norte do Amapá e Pará terá chuva concentrada. Do Acre ao Tocantins, a tendência é de clima seco. E, diferentemente, do Sul, com clima típico do inverno, as temperaturas ficam altas em todos os Estados.
A consequência da estiagem
O clima seco, principal característica do mês de julho no Brasil depois das baixas temperaturas, aumenta significativamente o risco de queimadas, alerta Celso Luis de Oliveira Filho.
“À medida que o solo fica mais seco, a possibilidade cresce na região Centro-Oeste a partir de Goiás e Mato Grosso e avança para o Mato Grosso do Sul. No Norte, os focos podem ficar mais intensos no Pará e Tocantins”, diz.
De acordo com o MapBiomas, o Brasil teve 30 milhões de hectares queimados em 2024, número 62% acima da média histórica. A área atingida na Amazônia foi de 15,6 milhões de hectares, seguida por Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Caatinga e Pampa.