
Levantamento do FGV Ibre com 27 alimentos indicou alta de 1,6% nos preços dos produtos juninos em 12 meses, abaixo da inflação geral de 4,56% Produtos típicos das festas juninas ficaram mais caros neste ano. O levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) feito com 27 alimentos do Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M) indicou uma alta de 1,6% nos preços dos produtos juninos no acumulado de 12 meses. O índice ficou abaixo da inflação geral medida pelo IPC-M, que foi de 4,56% nos últimos 12 meses.
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Trata-se também da inflação mais baixa para insumos juninos dos últimos quatro anos. A inflação da cesta junina foi de 4,62% no acumulado de junho de 2023 a maio de 2024; no acumulado de 12 meses até maio de 2023, a alta foi de 11,13%; e nos 12 meses anteriores, a inflação junina chegou a 13,17%.
“Os números mostram que a cesta de produtos tipicamente consumidos nas festividades juninas está reduzindo seu ritmo de aceleração em 12 meses, desde o ano passado. Itens que estavam entre os vilões, hoje figuram entre as principais quedas: arroz, milho e derivados, batata-inglesa e batata-doce lideram as maiores quedas”, afirmou em nota Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
Entre os 27 produtos analisados, dez tiveram queda nos preços nos últimos 12 meses. As maiores retrações nos preços foram observadas na batata-inglesa, com queda de 26,28%; seguida pela batata doce (9,14%) e arroz (9%).
Itens derivados do milho, muito usados em pratos típicos de festas juninas, também tiveram deflação no período. O preço do fubá de milho recuou 8,1%. Milho em conserva teve queda de 5,99% e milho de pipoca caiu 5,22%.
Aumentos
Na outra ponta, 17 produtos apresentaram alta nos preços em 12 meses. A maior valorização foi dos ovos, que subiram 15% em 12 meses. Entre os produtos que mais subiram também estão mandioca (13,03%), leite de coco (12,96%), doces e chocolates (12,81%).
Dias observou que os efeitos climáticos influenciam a produtividade das safras e os preços dos alimentos. Neste ano, muitas commodities agrícolas têm perspectiva de safras robustas, o que contribuiu para a inflação mais controlada neste momento em que boa parte dos alimentos foram colhidos.
“À medida que as projeções convergem para o volume esperado com dados positivos sobre levantamento de safra, os preços tendem a reagir de forma mais significativa ao cenário de maior oferta nos meses à frente”, afirmou o economista.