
Câmbio será determinante na formação das cotações no mercado interno, diz Itaú BBA Os baixos preços internacionais do trigo e do arroz tendem a desestimular o plantio dos cereais no Brasil na safra 2025/26. A análise foi divulgada nesta quinta-feira (3/7) pelo Itaú BBA.
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A safra 2025/26 de trigo no Brasil tem área plantada menor, devido à elevação nos custos de produção, à baixa rentabilidade e a incertezas de mercado. De acordo com o Itaú BBA, os preços no mercado interno seguem pressionados pela paridade de importação e o câmbio será determinante na formação de preços locais.
“O cenário externo está bastante competitivo, com a oferta global ampla pressionando os preços. O Brasil está recebendo muito trigo importado que chega mais barato que o trigo nacional. Os moinhos devem ficar atentos às oportunidades de aquisição, com o câmbio mais favorável”, afirmou Marina Marangon Moreira, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA.
A produção brasileira para o ciclo 2025/26 está estimada em 8,19 milhões de toneladas, um aumento de 3,8% em relação à safra anterior. A área plantada foi reduzida em 12,6%, para 2,67 milhões de hectares, queda mais que compensada pelo aumento da produtividade de 18,9%, para 3.066 quilos por hectare.
O Paraná deve ter redução de 25% na área. No Rio Grande do Sul, o encolhimento de área é de 4%.
“O plantio está com redução de área prevista muito em função das margens negativas dos últimos dois anos”, observou a analista. Ela acrescentou que o Paraná foi muito afetado pelo clima, o que provocou a redução na área plantada. No Rio Grande do Sul ainda há incertezas por conta das chuvas.
Excesso de arroz
A elevada oferta de arroz no Brasil, combinada à concorrência externa forte, continuam pressionando os preços do produto e dificultando os investimentos para a safra 2025/26.
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A safra 2025/26 no Brasil deve ter queda de 7%, para 7,6 milhões de toneladas. A analista Marina Marangon Moreira disse que os preços baixos atuais devem reduzir as margens dos produtores, com reflexo nos investimentos na próxima safra.
A temporada 2024/25 está estimada em 12,15 milhões de toneladas, 14,9% acima da anterior. Os preços caíram desde o início da colheita, em março. O arroz em casca fechou junho com média de R$ 67,19 a saca de 50 quilos, 41% inferior ao mesmo período de 2024.
Havia expectativa de que os produtores pudessem escoar parte do excesso de produção com exportações. Mas os preços internacionais baixos tornam o produto brasileiro pouco competitivo.
“Os preços devem continuar pressionados. Pode ter uma ligeira recuperação no fim do ano, mas isso vai depender do que os produtores conseguirem escoar da safra”, disse a analista.