Os contratos futuros de trigo iniciaram esta sexta-feira (1/8) em queda na Bolsa de Chicago, enquanto milho e soja apresentam leves oscilações. O trigo com vencimento em setembro recua 0,86% na abertura do pregão, cotado a US$ 5,1875 por bushel.
Acompanhe as cotações de commodities agrícolas. Acesse aqui
O cereal vem sofrendo pressão de baixa pela ampla oferta disponível. A colheita avança rapidamente nos Estados Unidos, e está quase encerrada na Europa, especialmente na França. Já na Rússia – maior exportador mundial –, o trabalho de campo está começando, mas há expectativa de maior pressão de oferta, mesmo com uma produção um pouco menor em relação ao ano anterior.
Segundo Jonathan Pinheiro, analista de gestão de risco da StoneX, nos Estados Unidos, onde a colheita ocorre sem grandes intempéries, as cotações já estão mais baixas. Assim como na Argentina, onde a oferta elevada também direciona as cotações para baixo.
O milho para setembro registra queda de 0,13%, negociado a US$ 3,9350 por bushel. O movimento reflete a ausência de novos acordos com compradores-chave das commodities agrícolas dos Estados Unidos, as boas condições das lavouras e a entrada da safrinha brasileira no mercado.
Ainda assim, a queda é limitada por compras pontuais desde a última quarta-feira, diante dos contratos nos níveis mais baixos desde o início da negociação. O relatório semanal de exportações dos EUA para a temporada 2025/26, divulgado na quinta-feira pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), apontou vendas de 1,89 milhão de toneladas, acima das expectativas do mercado.
A melhora nas relações entre Estados Unidos e México, após conversa entre Donald Trump e a presidente mexicana Claudia Sheinbaum, também trouxe algum alívio ao mercado, aponta a consultoria Granar. Os dois países concordaram em adiar por 90 adias a aplicação de tarifas de importação dos americanos sobre produtos mexicanos, para negociar um acordo comercial.
Saiba-mais taboola
A soja com vencimento em novembro, contrato mais negociado neste momento na bolsa, tem baixa de 0,2%, a US$ 9,87 o bushel. O movimento ocorre em um dia de perdas nos principais índices das bolsas globais, influenciadas pelo aumento das tensões comerciais.
O mercado acompanha com cautela a escalada tarifária anunciada pela Casa Branca. As novas tarifas, segundo ordem executiva assinada na quinta-feira pelo presidente Trump, devem entrar em vigor no dia 7 de agosto.
Em meio às incertezas, a Granar aponta que o bloqueio comercial imposto pela China à soja da nova safra dos Estados Unidos segue como principal obstáculo para uma recuperação mais firme dos preços.