
Embargos causados pela gripe aviária pressionaram valores da ave no mercado interno. Boi gordo tem impulso da baixa oferta de animais prontos O criador de suínos está com mais capacidade de comprar o que precisa para manter o plantel. O preço do animal vivo está em alta há pelo menos sete semanas, enquanto as cotações de grãos e derivados caem. A avaliação é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
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Os pesquisadores afirmam que as temperaturas mais amenas desta época do ano, associadas às festividades sazonais, reforçam o aumento na procura pela carne suína.
“Esse cenário é resultado das desvalorizações do milho e do farelo, além da alta nos preços do suíno vivo. O avanço nos valores do vivo, por sua vez, está atrelado ao aquecimento na demanda, como geralmente verificado nas primeiras semanas do mês”, destaca o Cepea, em nota.
O levantamento da instituição mostra alta no preço do animal vivo em todas as regiões de pesquisa, na parcial do mês até a quarta-feira (18/6). No mesmo período, o indicador do milho com referência em Campinas (SP) tem queda de 1,28%. Na quarta-feira, a saca de 60 quilos valia R$ 68,07. Em maio, a cotação do cereal – principal ingrediente da ração dos plantéis – acumulou baixa de 13,95%.
Preço do suíno vivo – junho de 2025
Gripe aviária pressiona preço do frango
Já o preço do frango cai de forma acelerada. O Cepea afirma que a carne da ave está mais competitiva em relação à suína e à bovina, e, para o consumidor, pode ser mais vantajoso comprá-la.
“A grande quantidade de carne de frango disponível no mercado interno em junho – diante das restrições às exportações impostas pelos parceiros comerciais do Brasil devido à gripe aviária (veja mapa abaixo) – tem pressionado significativamente os valores dessa proteína”, apontam os pesquisadores.
No acumulado do mês, até 18 de junho, o preço médio do frango congelado no Estado de São Paulo registra queda de 8,72%, negociado a R$ 7,43 o quilo. No mesmo período, o boi gordo registra alta de 2,71%, cotado a R$ 314,4 a arroba.
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O preço do boi recebe impulso da queda na oferta de animais prontos para abate. Segundo os pesquisadores do Cepea, os pecuaristas esperam por novas altas e negociam aos poucos com a indústria. “Para preencher as escalas, frigoríficos precisam ajustar os preços”, destacam.
Nesse contexto, aumenta a participação do gado de confinamento nas vendas. Os lotes mais bem acabados e padronizados também ajudam a puxar as cotações para cima.
Do lado da demanda, as exportações de carne bovina in natura seguem aquecidas, com média diária de 11,7 mil toneladas, neste mês. O volume é 13% superior ao de maio e 22% maior que o do mesmo período no ano passado.