
A última quarta-feira “quente” do ano acabou não trazendo muitas alterações no mercado pecuário. A metade da semana costuma ser o dia com negócios mais intensos e, com a proximidade dos feriados, esta quarta-feira (17/12) pode ter sido a última data do ano com maior liquidez. No entanto, o movimento do mercado ficou dividido entre a estabilidade e a baixa de preços em várias regiões
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Das 33 praças monitoradas pela Scot Consultoria, 21 não tiveram alterações nas cotações do boi gordo nesta quarta-feira, enquanto dez regiões registram quedas. Apenas Marabá (PA) e Paragominas (PA) tiveram altas nos valores.
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Nas praças de Araçatuba (SP) e Barretos (SP), referências para o mercado, o preço do boi gordo não teve alterações, com a cotação seguindo em R$ 321 a arroba para o pagamento a prazo. O “boi China” e a vaca também não tiveram mudanças de preços.
Já a cotação da novilha caiu R$ 2 nas praças paulistas, para R$ 312 a arroba. Segundo a Scot, a baixa se explicou por escalas de abate mais confortáveis em parte dos frigoríficos. No entanto, o movimento não sinalizava uma tendência de queda, mas um ajuste pontual. A demanda por carne bovina no mercado doméstico e o bom desempenho das exportações seguiram sustentando as cotações firmes em São Paulo
A consultoria Agrifatto destaca que o mercado físico do boi gordo vem apresentando ritmo estável, com escalas de abate ajustadas até o início de janeiro. No atacado, as vendas perderam ritmo no início da semana, gerando leve acúmulo de estoques e menor reposição pelo varejo, pressionado pela redução do consumo antes do Natal. No entanto, a expectativa seja de retomada da demanda a partir da segunda quinzena de dezembro, mantendo a tendência de preços firmes.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) também afirma que o consumo interno tem sustentado os preços da cadeia pecuária brasileira no final de 2025, um ano marcado por baixa oscilação nos valores da carne e do boi. Nos últimos meses, a valorização da carcaça casada foi impulsionada principalmente pelos cortes do traseiro e da ponta de agulha, mais demandados para churrascos, enquanto o dianteiro apresentou menor alta.
Com base no acompanhamento dos cortes desossados analisados pelo Cepea, a variação média dos cortes consumidos em churrasco (picanha, maminha e fraldinha) até a semana encerrada em 12 de dezembro frente ao mês de novembro apresentaram valorização de 13,4%, 4,3% e 9,8%, nessa ordem. No mesmo período do ano passado, as valorizações foram de 10%, 5,7% e 11,9%, respectivamente.
Um corte que chama a atenção é o filé mignon sem cordão, com valorização de 12,5%, até a semana encerrada em 12 de dezembro frente ao mês de novembro. No ano passado, para esse mesmo período, a valorização foi de 15,5%.
Alguns cortes com a capacidade de puxar promoções, como coxão mole, acém e paleta com músculo, também se valorizaram no período, entre 2% a 4%. Miolo de alcatra, coxão duro, paleta sem músculo e peito tiveram reajuste de 3% a 5%.






