
A prática de não comer carne vermelha na Sexta-Feira Santa aumenta o protagonismo do peixe na mesa dos brasileiros Nesta sexta-feira, 18 de abril, acontece o feriado da Sexta-Feira Santa, um dos momentos mais importantes do calendário cristão. Segundo pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da USP, o hábito de consumir peixe durante a Semana Santa está profundamente ligado à tradição católica e à forma como a religião influencia os costumes alimentares no Brasil.
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A prática não vem de uma doutrina direta da Bíblia, mas de orientações históricas da Igreja, que estimula o jejum e a abstinência como formas de penitência. Alimentos considerados festivos ou ligados à fartura, como as carnes vermelhas, são evitados nesse período. O peixe, por ser mais simples e leve, passou a ser a escolha mais comum — e com o tempo ganhou um papel central nas refeições desse dia.
Além disso, o peixe carrega uma forte simbologia dentro do cristianismo. Nos primeiros séculos da religião, quando os seguidores de Jesus eram perseguidos, o alimento era usado como um símbolo secreto entre os fiéis. A palavra grega ichthys (peixe) formava um acrônimo para “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”.
Consumo no Brasil cresce e movimenta o setor
No Brasil, a tradição religiosa ajuda a manter o mercado de pescados aquecido ao longo dos anos. Segundo dados da Peixe BR, associação que representa a cadeia da piscicultura, durante a Semana Santa o consumo de peixe pode dobrar em algumas regiões.
Consumo de peixe durante a Semana Santa
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A espécie mais procurada é a tilápia, que vem ganhando cada vez mais espaço na mesa dos brasileiros. Em 2024, ela representou mais da metade da produção nacional de pescado — foram mais de 400 mil toneladas, dentro de um total de 790 mil toneladas produzidas no país.
De forma geral, o consumo de pescado no Brasil cresceu mais de 53% na última década, de acordo com o Ministério da Pesca e Aquicultura. Entre os fatores que impulsionam esse crescimento estão a busca por uma alimentação mais saudável, a diversidade de espécies disponíveis e a valorização crescente do pescado nacional.