A estrutura funciona como uma base terrestre móvel, equipada com reservatórios de água e insumos, sistema de mistura química, gerador próprio e controle via aplicativo Uma plataforma de drone de pulverização totalmente automatizada foi a criação responsável por garantir o prêmio máximo a um grupo de pesquisadores brasileiros, liderados por um professor conterrâneo, da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos. A equipe desenvolveu uma espécie de “base de carregamento” que faz o reabastecimento e recarga de drones pulverizadores no campo e levou um prêmio de US$ 20 mil.
Initial plugin text
Realizada pelo Departamento de Agricultura e Recursos Naturais da Universidade da Califórnia (UC ANR) e pelo Instituto de IA para Sistemas Alimentares de Próxima Geração (AIFS), a ‘Farm Robotics Challenge 2025’ é uma das principais competições de robótica voltadas à agricultura dos Estados Unidos
Drone – Univ. Georgia
A competição reuniu 37 universidades, sendo 35 dos Estados Unidos, uma da China, e a Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec), do Brasil.
A estrutura funciona como uma base terrestre móvel, equipada com reservatórios de água e insumos, sistema de mistura química, gerador próprio e controle via aplicativo. A proposta é simples: reduzir o tempo que drones de pulverização ficam parados para recarga para aumentar a autonomia e a eficiência durante as operações.
“Base de carregamento” que faz o reabastecimento e recarga de drones
College of Agricultural and Environmental Sciences of the University of Georgia
Luan Oliveira é o professor assistente e especialista em extensão para agricultura de precisão na Universidade da Geórgia que liderou o grupo vencedor. Ele explica que a ideia veio em um dia de campo, como qualquer outro. “Estávamos fazendo pulverização com drone e encontramos uma dor do produtor, que é carregar o drone, pesar, colocar na caminhonete, abastecer, fazer o processo da mistura de químicos com os cilindros”.
O objetivo é que o robô seja capaz de carregar uma massa líquida de 400 quilos e, quando o produtor não estiver pulverizando, utilize a máquina para outras atividades, como carregar terra ou estacas. ”Tudo é feito com o robô”, resume Oliveira.
Os testes foram feitos em campos de tomate, mas o professor afirma que pode ser replicado para qualquer cultura. Assim como em diferentes lavouras, Oliveira quer levar a tecnologia para diferentes escalas. “No primeiro momento foi feito para produtores de menos de 10 hectares. Pensamos no pequeno e médio, e não no grande que já é tecnificado, mas a ideia é escalar”.
Oliveira conta que a plataforma possui um tanque de água limpa, bombas peristálticas e uma inteligência que coloca o químico dentro de um reservatório. A bomba é responsável por fazer a dosagem com uma precisão de mililitros. “Temos 99% de acurácia”, revela. “O principal ponto é que o produtor não precisa mais fazer toda a dosagem minuciosa e se expor aos químicos”, destaca.
“No fim das contas, somos dez vezes mais rápidos na dosagem e na mistura dos produtos”. Segundo o professor, existem outros produtos similares no mercado, mas não são digitais como o robô desenvolvido pelo laboratório liderado por ele. Agora, uma das metas é trazer a novidade ao Brasil, justamente onde já há negociações avançadas com uma empresa que ainda não pode ter seu nome revelado.