O desenvolvimento de um tratamento de doenças em plantas citrícolas levou a pesquisadora Alessandra Alves de Souza, do Instituto Agronômico (IAC), a ser uma das quatro mulheres a receber o Prêmio Ingenias Latam 2025, que visa agraciar inventoras na América Latina.
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Alessandra desenvolveu uma patente da molécula N-acetilcisteína (NAC) – que já era usada na saúde humana. Segundo a pesquisadora, a NAC nunca tinha sido considerada para o tratamento de plantas. Então, decidiu investigar como seria o resultado se fosse aplicada como recurso agrícola e com o grande benefício de ser sustentável ambientalmente.
Após 12 anos de estudo, foi observado que com uma composição agrícola à base de NAC, é possível inibir biofilmes bacterianos em plantas citrícolas. Isso porque, sendo uma molécula antioxidante, o composto ainda contribui para reduzir estresses ambientais como a seca e o impacto de metais pesados.
“A nossa patente nos deu a segurança pelo desenvolvimento da tecnologia e a confiança para fazer a sua transferência para o setor citrícola”, disse Alessandra na cerimônia realizada no Chile.
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O Brasil lidera o mercado global de suco de laranja, com cerca de 70% da produção mundial. Com essa invenção, a Ciacamp, uma startup focada em aplicação no campo, foi criada e já está presente em produtos comerciais.
Essa transferência da tecnologia impacta diretamente a citricultura brasileira, especialmente a paulista, onde os pomares citrícolas respondem por cerca de 80% da produção brasileira de laranjas.
A premiação é uma iniciativa do projeto AL-INVEST Verde DPI da União Europeia, implementado pelo Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO).
Além da cientista do IAC, as outras premiadas foram:
Silvana Herrera Leiva, do Chile: designer de produtos e inventora de uma faixa sensorial para a detecção de obstáculos no campo de visão de pessoas com deficiência visual;
Gladys Antonieta Rojas de Arias, do Paraguai: bióloga e inventora de compostos derivados do 2,5-dihidroxibenzil para o tratamento da doença de Chagas e da leishmaniose;
María Inés Costa Saravia, do Uruguai: técnica em design gráfico e inventora de uma ferramenta de tricô de crochê manual que se retrai mecanicamente após cada ponto e mantém a tensão constante do fio.
