Pesquisa mostra que 65% das passageiras em Fortaleza relatam violência em transportes por aplicativo

O transporte por aplicativo se tornou a principal alternativa de deslocamento para muitos fortalezenses. No entanto, uma pesquisa do Instituto Patrícia Galvão revelou um dado alarmante: 65% das mulheres entrevistadas em Fortaleza afirmam já ter sofrido algum tipo de violência ao utilizar esse tipo de serviço. Além disso, 77% relatam sentir medo ao se deslocarem pela cidade, mesmo quando o transporte é aparentemente seguro.

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Casos como o da auxiliar de operações comerciais Rebeca Guedes reforçam a gravidade do problema. “Ele parou a moto no meio da avenida e disse que não estava achando o meu endereço. Quando eu falei para ele seguir o GPS, ele se zangou, pediu para eu descer da moto e começou a me xingar. Começou a me filmar, a tirar fotos minhas sem o meu consentimento. Ameaçou se levantar da moto enquanto eu estava andando… Foi uma cena que eu jamais quero que se repita na minha vida”, relatou Rebeca.

A passageira registrou um boletim de ocorrência e encaminhou as provas à plataforma. “O que eu pude fazer para me sentir mais segura e para que outras pessoas soubessem foi fazer o boletim de ocorrência eletrônico. Eu também fiz um print da corrida no aplicativo, onde mostra a foto dele”, completou.

Casos como esse não são isolados. A aposentada Vanessa Melo compartilha o receio constante ao usar transporte por aplicativo: “À noite eu tenho medo. Durante a noite eu não ando, só durante o dia. Dá uma certa apreensão de saber se está tudo certo”. Já Edna Cristina, operadora de telemarketing, afirma tomar precauções durante as corridas: “Eu evito conversa, mas sou respeitosa e educada. Evito ficar muito perto, não toco no motorista, me seguro na moto. Acho que essas coisas fazem com que a gente se distancie e não dê uma liberdade que eles possam achar que está acontecendo alguma outra coisa”.

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O coordenador jurídico do Procon Fortaleza, Airton Melo, destaca a importância de medidas preventivas por parte dos usuários e a responsabilidade das empresas. “O consumidor precisa se municiar de informações como placa, marca, modelo do veículo, quantidade de viagens e nota do motorista. No caso de má prestação de serviço, há responsabilidade que pode resultar em penalidades severas, como multas, interdição e até intervenção administrativa. Além disso, a vítima pode acionar a Justiça para reparação de danos morais e materiais”, afirmou.

Em nota, a empresa responsável pelo aplicativo usado por Rebeca lamentou o ocorrido e informou que uma equipe especializada entrou em contato com a passageira para oferecer acolhimento e suporte. A plataforma também declarou estar à disposição para colaborar com as autoridades.

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