
Embrapii quer desenvolver alternativas sustentáveis no combate a pragas da soja e do milho Desenvolver biodefensivos agrícolas sustentáveis a partir de macroalgas, microrganismos marinhos e óleos essenciais é o objetivo do projeto Disbio. A iniciativa é liderada pela Unidade Embrapii Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI B&F) e conta com orçamento de R$ 15 milhões, angariados com financiamento da Embrapii por meio do edital Basic Funding Alliance (BFA).
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O projeto tem como coexecutor estratégico a Unidade Embrapii Instituto Senai de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa) e, segundo a entidade, a meta é substituir ou reduzir o uso de agrotóxicos convencionais no controle de pragas como a lagarta-do-cartucho e o percevejo marrom nas culturas da soja e milho. “Além de fungos fitopatogênicos agentes causais da ferrugem asiática e mancha-alvo na cultura da soja, por meio de soluções biológicas eficazes e ambientalmente seguras”.
Os pesquisadores esperam que o projeto abra uma ampla gama de possíveis aplicações a partir dos resultados obtidos. Eles explicam que o mapeamento, desenvolvimento e intensificação de métodos extrativos permitem a obtenção de novas moléculas bioativas. Já o desenvolvimento de novas formulações e o escalonamento dos processos possibilitam a identificação e aplicação de moléculas com potenciais industriais, atendendo outras áreas como os setores alimentício, cosmético e farmacêutico.
O presidente da Embrapii, Alvaro Prata, destaca a capacidade da bioeconomia brasileira: “a indústria nacional tem um potencial extraordinário para liderar o desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras, especialmente no setor do agronegócio”.
Projeto Disbio
A Nitro, empresa brasileira de insumos agrícolas de nutrição e biológicos, é participante do projeto. “O grande diferencial do Disbio é a possibilidade de combinarmos os diferentes potenciais de ativos que vêm do oceano, tanto de origem vegetal quanto microbiana, e de plantas cultivadas, todos de origem natural e oriundos do metabolismo desses organismos”, salienta o gerente de Inovação em Biológicos da Nitro, Ítalo Férrer.
Além da Nitro, o Disbio conta com a participação da empresa Regenera Moléculas do Mar e da startup Kohua, responsáveis por fornecer microrganismos e macroalgas tropicais com potencial de ação defensiva.
Um dos alvos da pesquisa é a ferrugem asiática da soja
Embrapii/Divulgação
Segundo a gestora do projeto, Larissa Porciuncula, do ISI B&F, a atuação das empresas desde a fase inicial é essencial para orientar o desenvolvimento e garantir viabilidade técnica e econômica. “Trabalhar com projetos de baixo TRL exige forte integração com o setor produtivo desde o início”, salienta. A expectativa é que, até 2026, a fase laboratorial esteja concluída, com os principais ingredientes validados.
A Embrapii é uma organização social que atua em cooperação com instituições de Ciência e Tecnologia, públicas ou privadas, para atender ao setor empresarial e fomentar a inovação na indústria. A entidade atua por meio de contrato de gestão com o governo federal e possui parceria com o Sebrae e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).