
Os dois pescadores resgatados no mar do Pecém após passarem quase 24 horas à deriva ainda se recuperam do susto. Pai e filho haviam saído de Fortaleza quando foram surpreendidos por uma forte onda que virou a jangada. Agora, já em terra firme, ambos afirmam que não pretendem mais sair para o mar quando os ventos estiverem intensos. De volta à capital, eles descansam na praia do Mucuripe enquanto assimilam o que viveram durante o fim de semana.
A dupla foi salva depois que outra embarcação avistou a sinalização que faziam. O que parecia apenas um ponto vermelho no horizonte revelou uma jangada emborcada com dois tripulantes enfraquecidos. Segundo os pescadores, no momento do acidente eles estavam a cerca de 27 quilômetros da costa de Fortaleza. A onda que atingiu a embarcação virou a jangada por volta de 13h do sábado, dando início a uma espera angustiante que só terminou no dia seguinte, quando foram encontrados já próximos ao município de São Gonçalo do Amarante, na praia da Taíba, a cerca de 36 quilômetros em alto-mar.
Depois de amarrarem tudo o que podiam no barco, restou apenas esperar — enfrentando vento forte, frio e momentos de grande susto. Foi durante a noite que encontraram o que seria a única fonte de alimento até o resgate. “Perto da noite, saiu debaixo da jangada um saco e dentro desse saco vinha um pacote de leite. Ele já vinha molhado da água salgada. Começou um pouquinho, dei o restante para ele e eu disse que coma pouco. Vai comendo aos poucos, porque nós não sabemos o que vai acontecer ainda daqui para frente”, relatou Antônio Leonísio Ribeiro.
>>>Clique aqui para seguir o canal do GCMAIS no WhatsApp<<<
No amanhecer, tomado pelo desespero, Antônio conta que fez um pedido emocionado: “Eu me despedi dele. E aí foi esperar, tempo ao tempo”. Já o filho, Alex Monteiro Ribeiro, tentou manter a confiança. Ele explica que, com ajuda, teria conseguido virar a jangada e que sua maior preocupação era a saúde do pai. “Eu não ia desistir. Melhor morrer tentando de quê? Se entregar para morrer. A gente já enfrenta isso daí já sabendo o que pode acontecer, certo? E se acontecer e entrar em desespero é pior”, afirmou.
A jangada foi rebocada para Fortaleza e permanece ancorada enquanto pai e filho se recuperam totalmente. Por precaução, o pescador mais jovem garante que pretende ser ainda mais cuidadoso antes de voltar ao mar. “Quando tiver esses ventos aí, eu vou botar minha jangada para cima, do jeito que tá essa daqui. Não vou. Não vou para o mar. Essa vai ser a precaução que eu vou ter, vai ser essa.”, concluiu Alex.
>>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<<
Outro caso
Na terça-feira, dia 11 de novembro, um pescador foi resgatado em alto-mar após passar mal durante uma pescaria em Itarema, no litoral do Ceará. Segundo informações da colônia de pescadores do município, o homem, identificado como Kelvin, precisou de atendimento médico urgente.
O mal-estar ocorreu a bordo de uma embarcação de propriedade de Renato Nascimento. De acordo com relatos, Kelvin teria ingerido carne de porco e, logo depois, desmaiou.
Diante da emergência, o dono do barco acionou a presidenta da colônia de pescadores de Itarema, que comunicou o caso à Marinha do Brasil. Uma equipe de resgate aéreo foi enviada ao local e realizou a operação, levando o pescador até o Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza, onde ele recebe atendimento especializado.
Conforme a colônia de pescadores e a Secretaria de Pesca do município, Kelvin segue sob cuidados médicos e realiza exames laboratoriais para avaliação do estado de saúde.
Leia também | Governo do Ceará desmente notícia sobre baixo efetivo policial em Morada Nova





