Saiba como será a etapa decisiva, com três fases de disputa, entre os dias 8 de 18 de maio, no Estado do Texas, nos Estados Unidos O campeonato mundial de rodeio em touros da Professional Bull Riders (PBR) chega Final Mundial de uma das mais competitivas temporadas dos últimos anos. As rodadas classificatórias e decisivas serão realizadas no Estado do Texas, valendo um prêmio de US$ 1 milhão para o campeão. No ano passado, quem levou o título foi um brasileiro: Cássio Dias Barbosa. Neste ano, mais uma vez, tem competidor do Brasil com chances de ganhar a disputa com americanos e australianos e levar a fivela de ouro.
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“A disputa pelo Campeonato Mundial da PBR de 2025 tem sido uma das mais acirradas da história”, afirma a liga, em seu site oficial.
Das 23 etapas da divisão de elite, o Unleash the Beast, foram 15 vencedores diferentes. Na última disputa da temporada regular, em Tacoma, no Estado de Washington, o americano Keyshawn Whitehorse parou em todos os touros que montou, terminou em primeiro e subiu para a oitava posição no ranking mundial.
“Nada está definido”, afirma Antônio Moraes, comentarista da PBR Brasil. “Sem o atual campeão mundial, com alguns atletas apontados como favoritos ficando distantes da briga pela fivela de ouro. Mostra o quanto o esporte é imprevisível”, acrescenta, lembrando que Cássio Dias não defenderá seu título. Ele quebrou o fêmur na etapa de abertura, em 16 de novembro de 2024, e ficou fora da temporada.
Entre os que estão na disputa, o favorito é o americano Dalton Kasel. Líder do ranking mundial, ele acumula 1,258 pontos e 55% de aproveitamento em suas montarias. De 60, ficou os oito segundo em cima do touro em 33, com uma nota média de 88,42 pontos.
Dalton Kasel lidera o ranking mundial da PBR em 2025
PBR/Divulgação
Apenas 126 pontos o separam do australiano Brady Fielder, o vice-líder, com 1,132. Fielder tem um aproveitamento melhor na competição: 65,57%. De 61 confrontos, tem 41 paradas nos touros. Mas sua pontuação média por montaria é de 87,14, inferior à do líder do ranking mundial.
O presidente da PBR Brasil, o tricampeão mundial Adriano Moraes (1994, 2001 e 2006), destaca que a diferença de pontuação entre os dois equivale a menos de duas noites de montaria. A disputa está aberta e é difícil apontar um favorito.
“Kasel tem a vantagem de liderar, mas Fielder é o atleta que mais montou e mais venceu touros nesta temporada, e isso quer dizer muita coisa quando você enfrenta todos os finais de semana os touros mais difíceis deste esporte”, diz ele.
Brady Fielder é o segundo colocado no ranking mundial da OBR em 2025 e único australiano entre os top 10
PBR/Divulgação
Vice-campeão mundial de 2024, John Crimber ocupa a terceira colocação no ranking mundial. Nascido nos Estados Unidos e filho da lenda brasileira dos rodeios Paulo Crimber, o “fenômeno adolescente” chegou a liderar o campeonato nas primeiras etapas, mas uma lesão interrompeu sua sequência de bons resultados.
Ele acumulou 775 pontos na temporada, com 53,7% de aproveitamento, com 29 paradas em 54 montarias, e nota média de 88,25. Na quarta posição, logo atrás, está Sage Steele Kimzey, com 768,25 pontos. Seu aproveitamento é de 58,49% (31 paradas em 53 montarias), com nota média de 86,10.
“John Crimber e Sage Kimzey chegam com menos de 500 pontos de diferença em relação aos líderes, então isso os coloca também como grandes favoritos. Mas podemos considerar que pelo menos mais sete competidores correm por fora, e tem chances matemáticas reais de conquistar o campeonato mundial”, analisa Adriano Moraes.
John Crimber chegou a liderar o campeonato mundial no início da temporada, mas não conseguiu se manter e chega à final mundial da PBR em terceiro
PBR/Divulgação
O ranking dos dez primeiros tem três brasileiros. O mais bem colocado é Luciano de Castro, na quinta posição no geral, com 691,83 pontos no campeonato. Castro tem duas vitórias na temporada, em Sacramento (Califórnia) e Billings (Montana). Em 59 montarias, permaneceu os oito segundos sobre o touro em 32 ocasiões, um aproveitamento de 54,24% e nota média de 85,74.
Adriano Moraes avalia que os três têm condições de desempenhar um bom papel e chegar ao título mundial. Luciano de Castro, diz o presidente da PBR Brasil, conseguiu manter a regularidade na temporada e não se lesionou. “Chega a Final Mundial motivado e saudável, sem lesões. Isto me faz acreditar que é um dos nomes que vai brilhar.”
Quinto colocado no ranking mundial da PBR, Luciano de Castro é o melhor brasileiro na temporada de 2025
PBR/Divulgação
Castro é seguido de perto por outro brasileiro, Paulo Eduardo Rossetto, com 690,25 pontos. Ele venceu a prova de Albuquerque (Novo México). Rossetto montou 56 vezes no campeonato e parou nos touros 31 vezes, 56,36% do total. E chega à decisão com uma nota média de 86,21 pontos por montaria.
Moraes lembra que Rossetto se destacou mais na segunda metade da temporada e conseguiu se colocar na disputa. “Ele tem o trunfo de conseguir montar com qualquer uma das mãos. E isso pode jogar muito a favor dele, por sempre poder montar com a mão mais favorável em cada touro”, diz o presidente da PBR Brasil.
Campeão mundial de 2018, Kaique Pacheco completa os dez primeiros colocados, com 597 pontos. Montou 55 vezes e foi bem-sucedido em 29 (52,73%), com nota média de 85,87.
“Outro que também teve uma temporada com muita regularidade. Ele está em uma posição confortável, pois tem boas chances matemáticas, mas não está na pressão dos quatro ou primeiros colocados do ranking”, pontua Moraes.
José Vitor Leme se recupera
Fora dos dez primeiros colocados, o bicampeão mundial (2020 e 2021) José Vitor Leme vem fazendo uma temporada de recuperação. Ausente das provas da divisão de elite da PBR em fevereiro e março, por causa de uma mão quebrada, saltou 13 posições no ranking mundial desde que retornou às arenas, de 31º para 18º. E se diz confiante em um bom desempenho.
José Vitor Leme se recuperou de uma fratura na mão e se diz confiante para a disputa pelo menos do título do evento final da temporada
Divulgação/PBR
“Estou no melhor momento depois da lesão. O inchaço na minha mão está diminuindo. Consigo segurar um pouco mais na corda, então está tudo bem. Só quero tentar somar o máximo possível de pontos, porque fiquei fora muito tempo e perdi muitas oportunidades de estar no top 5”, disse ele, ao site oficial da PBR.
De acordo com a liga, desde o seu retorno, Leme montou 12 vezes e parou em oito, um aproveitamento de 66,7%. Em toda a temporada, ele parou em 48,28% de suas montarias. Foram 14 em 29. Com menos chances de conquistar o título mundial em relação a outros fortes concorrentes, ele se vê na disputa pelo menos no evento final.
Ele já tem duas vitórias em provas que encerram a temporada da PBR. Uma em 2017 e outra em 2021, quando também conquistou um dos seus títulos mundiais. E, de acordo com o divulgado pela liga, quando se trata de finais, o brasileiro é sempre um competidor a se prestar atenção.
“Acho que, definitivamente, tenho mais motivação para mim, porque estou atrás. Acredito que posso fazer algo diferente, que posso vencer a final e mudar o jogo. Então, se ainda houver chances, continuarei lutando”, disse, conforme o site oficial da PBR.
Como será a Final Mundial da PBR
Neste ano, a PBR adotou novamente o formato de três fases para definir o campeão mundial. As Eliminatórias serão entre os dias 8 e 11 de maio, em Fort Worth. Já estão pré-classificados os 40 melhores do ranking mundial, entre eles, 21 brasileiros. Restam outras cinco vagas, que serão definidas neste fim de semana, nas finais do Velocity Tour, a divisão de acesso.
A primeira fase tem a participação de todos os 45 peões classificados para a Final Mundial. Os 20 melhores se garantem na final: os 15 melhores do ranking mundial, já contando a pontuação acumulada na eliminatória, e os cinco que conseguirem melhor desempenho nestes primeiros quatro dias de competição.
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Os 25 que não conseguiram passar de fase terão uma nova chance, no Ride for Redemption, uma espécie de repescagem, entre os dias 14 e 15 de maio, também em Fort Worth. A eles, se juntarão outros 15 peões, selecionados de acordo com seus resultados em outras divisões e etapas específicas da PBR, além de um convidado de cada equipe que disputa a PBR Team Series. Eles disputam cinco vagas para a final.
Encerradas as preliminares, é hora da decisão, nos dias 17 e 18 de maio, em Arlington, no Texas. Serão quatro rodadas de montarias, duas por dia. Nesta etapa, os 20 peões que se classificaram pelas Eliminatórias têm participação garantida em todas as rodadas. Os cinco que vieram do Ride for Redemption terão que fazer um esforço a mais. Só montam nas duas últimas se tiverem bom resultado nas iniciais.
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De acordo com a PBR, são 1,240 mil em disputa Só nas Finais Mundiais, o que dá, pelo menos matematicamente, chances para todos os primeiros 40 colocados. O vencedor de cada rodada de montarias acumula 80 pontos. Quem terminar em primeiro a eliminatória acumula 200. E quem a etapa final, mais 400 pontos. Os peões também podem ganhar pontos no ranking de acordo com suas notas na competição.
Quem terminar com maior pontuação acumulada na temporada será o campeão mundial. Colocará US$ 1 milhão no bolso, além das premiações em dinheiro das etapas anteriores.