O paulistano Bruno Talarico Silva trabalhava na área administrativa de uma emissora na capital paulista quando decidiu fazer o caminho inverso do pai, Severino, e voltar ao Nordeste para empreender. Neste ano, sua agroindústria de 11 anos fez sua primeira exportação de alimentos para a Europa, com o suporte do programa agro.BR da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e ApexBrasil.
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O empreendedor conta que começou em Natal, no Rio Grande do Norte, com um pequeno negócio de açaí. Logo percebeu que esse mercado tinha muita concorrência, mas faltavam fornecedores para a cobertura de coco do açaí que agradava os clientes. Abriu, então, uma agroindústria para fabricar coco ralado, chips de coco e leite de coco, comprando a fruta de agricultores familiares da região.
Em 2022, Bruno decidiu fazer um curso de qualificação na Apex para acessar o mercado internacional em busca de mais clientes e de regularidade de vendas. Na sequência, se integrou ao programa da CNA para receber capacitação e suporte. Em janeiro deste ano, fez seu primeiro embarque internacional: enviou 1,5 mil kg de chips de coco para Portugal em caixas de 1,5 kg.
“Um fator determinante para a primeira exportação foi o atendimento dos agentes cadastrados nos programas, que nos deram assistência extremamente profissional focada no desenvolvimento do negócio”, diz Bruno, que destaca a eficiência da consultora do programa no Rio Grande do Norte, Amanda Lopes.
“O plano é abrir novos mercados”, afirma Bruno Silva
Divulgação
Ele diz que, entre outros aprendizados, foi capacitado para entender a cadeia logística, a parte tributária, a formação de preços, a adequação da rotulagem do produto para o mercado, participou de rodadas de negócios e viajou com o agroBR para a Fruit Attraction, em Madri, onde expôs seus produtos e teve contato com muitos compradores internacionais.
Agora, Bruno está buscando certificação para seus produtos e estruturando mais um embarque para Portugal, com boas chances de exportar ainda para Espanha e Romênia. Ele diz que também enviou amostras para o Canadá, obteve a certificação FDA nos EUA, mas o tarifaço impediu, por enquanto, o fechamento de negócios.
“O plano é abrir novos mercados. Exportar deixa as margens mais atrativas com a valorização cambial e gera mais segurança comercial porque há recorrência nas vendas.”
Com crescimento anual da empresa acima dos dois dígitos, o empreendedor vai abrir uma nova linha de produção em município vizinho a Natal. Atualmente, a Sabor de Coco processa 300 kg de fruta por dia, tem quatro fornecedores e emprega diretamente oito pessoas.