
Na lista das especiarias mais utilizadas na gastronomia, a páprica ocupa posição de destaque ao lado de clássicos como canela, pimenta, cravo e noz-moscada. Além de colorir receitas com tons vibrantes, ela proporciona três sentidos diferentes ao paladar – doce, picante e defumado – a partir de variações preparadas com a mesma base: pimenta seca e moída.
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Ao mesmo tempo em que o consumo aumenta à mesa dos brasileiros, casos de falsificação de páprica também se tornaram mais comuns.
Conforme Cintia Pereira da Silva, nutricionista e pós-doutora pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), a fraude acontece pela adição ou substituição de substâncias ou ingredientes, geralmente por motivações econômicas, visando a lucratividade por meios ilícitos.
“Assim como outras especiarias, como o açafrão e a pimenta-preta moída, a páprica está sujeita também à adulterações, constando no rol dos 25 alimentos com maior número de registros de fraudes”, afirma à Globo Rural.
Páprica
Foto: Canva/Creative Commons
A especialista completa que o consumo de páprica falsificada eleva o risco sanitário, uma vez que a adição de substâncias desconhecidas pode introduzir microrganismos patogênicos, como vírus e bactérias, que são causadores de doenças.
Em 2021, um estudo liderado por pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL) revelou que amostras de diversas especiarias recolhidas pela Vigilância Sanitária em São Paulo continham ingredientes não listados na embalagem, caracterizando fraude ao consumidor.
No caso da páprica, 30% das amostras estavam adulteradas com amido de milho ou urucum, sendo que 85% continham o primeiro ingrediente
“Pelo fato de o amido de zea mays (milho) apresentar baixo valor agregado quando comparado às especiarias avaliadas, este fator se torna mais um indício de que a incorporação foi feita de maneira proposital com o intuito de gerar lucros”, descreve o resultado da pesquisa.
O que é a páprica?
A especiaria nada mais é do que o pó resultante da secagem e moagem de pimentas do gênero Capsicum annuum L., ideais para a produção da páprica, diz a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O consumo é realizado de três formas: páprica doce, picante e defumada. Veja abaixo as características que cada tipo
Doce: tem gosto suave e não é ardente;
Picante: apresenta ardência pela presença do carotenoide capsantina na semente;
Defumada: enquanto as demais são desidratadas no calor, este processo é feito na fumaça com pimentas e pimentões doces ou picantes.
Como saber se a páprica é verdadeira?
Em um vídeo que viralizou na internet e tem mais de 1,6 milhões de visualizações, a nutricionista Luciana Silveira ensina como identificar se a páprica é verdadeira. Segundo ela, basta misturar o pó na água. Se dissolver totalmente, não está adulterado e pode ser consumido.
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Cintia Pereira da Silva, especialista ouvida pela Globo Rural, explica que a dica é interessante e válida. No entanto, há o risco de que algumas substâncias adicionadas possam não ser de fácil detecção.
“O ideal é sempre comprar páprica com o registro do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no rótulo”, finaliza