Passageiros de voos internacionais enfrentaram longas filas e lentidão no desembarque, nesta terça-feira (3), no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. O motivo foi a operação-padrão adotada pelos servidores da Receita Federal, que passaram a revistar rigorosamente todas as bagagens de voos internacionais como forma de protesto por reajuste salarial.
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Imagens obtidas com exclusividade pelo Jornal da Cidade mostram o desembarque de passageiros que chegaram de Caiena, capital da Guiana Francesa. Além desse, outro voo internacional também foi alvo da fiscalização intensificada. Todos os passageiros foram submetidos à vistoria detalhada, o que causou retenções prolongadas na área alfandegária.
A operação-padrão — diferente da abordagem usual, em que apenas casos suspeitos são selecionados para inspeção — consiste em aplicar todos os procedimentos de fiscalização com máxima rigidez. Segundo o Sindireceita, o movimento ocorre em diversos aeroportos do país, como parte das manifestações iniciadas pela categoria em novembro de 2024, com o objetivo de pressionar o governo federal por uma proposta concreta de recomposição salarial.
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Os analistas-tributários e auditores-fiscais da Receita Federal reivindicam a reposição das perdas salariais acumuladas desde 2016, quando ocorreu o último reajuste. Além da inflação não corrigida, os grevistas também questionam cortes e mudanças na política de bônus de produtividade, que impactaram diretamente os rendimentos de servidores em funções estratégicas.
De acordo com uma nota do sindicato, apenas cinco meses após o início da greve o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) recebeu formalmente representantes da categoria. No entanto, a primeira proposta apresentada pelo governo foi considerada insuficiente pelos dirigentes do Sindifisco Nacional, entidade que representa os auditores-fiscais.
Enquanto as negociações seguem em ritmo lento, a operação-padrão no desembarque internacional já provoca impacto direto na rotina dos aeroportos e dos passageiros. A Receita Federal ainda não informou se o procedimento será mantido nos próximos dias, mas o sindicato adiantou que novas ações de mobilização podem ocorrer, caso não haja avanço nas tratativas com o governo.
O clima é de incerteza nos terminais alfandegários e de preocupação entre as companhias aéreas, que temem atrasos sistêmicos nos desembarques. Já os servidores, por sua vez, alegam que a medida é a única forma de tornar visível a insatisfação de uma categoria estratégica para a arrecadação e fiscalização do país.
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