A Pilgrim’s Pride, empresa subsidiária da JBS nos Estados Unidos de produção de carne de frango, contratou mais funcionários do que o necessário para se preparar caso perdesse trabalhadores imigrantes para a política antimigratória do presidente americano, Donald Trump.
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As plantas de produção de carne de frango da companhia operaram com 5% a mais do que a necessidade de mão de obra no segundo trimestre, encerrado em 29 de junho, afirmou Fabio Sandri, CEO da Pilgrim’s, em teleconferência com analistas sobre os resultados financeiros do último trimestre, em declarações citadas pela agência Dow Jones Newswires.

Entre 10% e 20% da força de trabalho das unidades industriais tinham vistos especiais que permitiam que cidadãos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela trabalhassem e vivessem legalmente nos EUA. Esses vistos foram revogados por Trump.
Contexto

No primeiro semestre, muitas empresas do setor agrícola americano sentiram os efeitos das operações do Serviço de Imigração e Controle de Costumes dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês), que resultaram na prisão e deportação de trabalhadores do campo.

Recentemente, a ICE deu sinais de que seguraria as operações contra imigrantes sem documentação nos frigoríficos, em meio a receios do setor privado de que isso pudesse atingir o ritmo de produção. Além disso, o republicano fez declarações recentes indicando que pode flexibilizar sua política antimigratória no caso das propriedades agrícolas.
Mercado doméstico nos EUA

A Pilgrim’s atravessa um momento favorável no mercado doméstico de carne de frango. No segundo trimestre, as vendas da empresa cresceram 4,3% na comparação anual, para US$ 4,57 bilhões, enquanto seu lucro líquido aumentou 9%, para US$ 356 milhões.

A subsidiária da JBS beneficiou-se indiretamente da alta nos preços da carne bovina nos EUA no período, o que fez com que muitos consumidores americanos trocassem a carne vermelha pela carne de frango.