A fabricante de fertilizantes canadense Nutrien registrou lucro líquido de US$ 1,2 bilhão no segundo trimestre, alta de 214% em relação aos US$ 392 milhões registrados no mesmo período do ano passado. A receita de vendas líquidas totalizou US$ 10,43 bilhões, 3% superior aos US$ 10,15 bilhões de 2024.
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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês)ajustado, foi de US$ 2,48 bilhões, alta de 11% na comparação com o ano anterior.
“Vendemos volumes recordes de Potássio, aumentamos as taxas de operação de Nitrogênio e reduzimos despesas, ao mesmo tempo em que otimizamos ainda mais os investimentos de capital e continuamos a devolver dinheiro aos acionistas”, comentou Ken Seitz, presidente e CEO da Nutrien, em comunicado.
Mercado
De acordo com a empresa, as boas perspectivas para a produção agrícola nos Estados Unidos e no Brasil têm exercido pressão sobre os preços das commodities e sobre as margens potenciais dos produtores. Ainda assim, a Nutrien avalia que a demanda por insumos agrícolas na América do Norte tem sido forte no início do terceiro trimestre de 2025, com os agricultores buscando manter a saúde das plantas e o potencial produtivo.
No Brasil, a empresa projeta um aumento entre 1% e 3% na área plantada com soja em 2025, impulsionado pela demanda internacional. Segundo a Nutrien, os produtores brasileiros estariam mais ativos nas compras antecipadas de insumos em comparação com os dois anos anteriores. Na Austrália, chuvas consideradas oportunas teriam melhorado as perspectivas de plantio de culturas de inverno, o que, na avaliação da empresa, pode sustentar a demanda por insumos na segunda metade do ano.
No setor de nutrientes para culturas, a Nutrien elevou sua previsão de embarques globais de potássio em 2025 para uma faixa entre 73 e 75 milhões de toneladas. A empresa atribui essa projeção à boa acessibilidade do produto, estoques reduzidos e à assinatura de contratos com Índia e China em junho. A empresa também destacou a forte adesão ao programa de fornecimento de potássio na América do Norte e a demanda estável no Brasil como fatores que devem sustentar os embarques no terceiro trimestre.
Quanto ao mercado de ureia, a empresa aponta uma oferta e demanda global apertadas, impulsionadas por forte demanda sazonal e interrupções não planejadas em regiões produtoras. Os preços nos Estados Unidos, segundo a Nutrien, têm sido sustentados por baixos estoques internos e alterações nos fluxos comerciais.
A empresa também relatou que os preços da amônia subiram no terceiro trimestre de 2025 devido a paralisações de plantas, atrasos em projetos e aumento da demanda por fosfato. Já o mercado de fosfato, segundo a avaliação da Nutrien, continua pressionado por limitações na oferta, especialmente em razão de restrições de exportação na China. A companhia prevê que os embarques globais do produto poderão ser limitados por esses fatores e que a acessibilidade do fertilizante aos produtores pode afetar a demanda.
Projeções
No campo financeiro, a Nutrien projeta um Ebitda ajustado para o varejo entre US$ 1,65 bilhão e US$ 1,85 bilhão, considerando aumento nas vendas de nutrientes e defensivos agrícolas na América do Norte em relação a 2024, além de uma recuperação contínua nos mercados da Austrália e do Brasil.
A previsão de volume de vendas de potássio foi elevada para entre 13,9 e 14,5 milhões de toneladas, alinhada com a participação histórica da empresa nos embarques globais. Para nitrogênio, a expectativa é de vendas entre 10,7 e 11,2 milhões de toneladas, com uma redução nas taxas operacionais de amônia no segundo semestre devido a paradas programadas nas unidades da América do Norte.
Para fosfato, a empresa estima vendas entre 2,35 e 2,55 milhões de toneladas, com melhora no desempenho operacional na segunda metade do ano após a conclusão de manutenções no primeiro semestre.
A Nutrien espera investir entre US$ 2 bilhões e US$ 2,1 bilhões em 2025, valor inferior ao do ano anterior. Deste total, aproximadamente US$ 400 a US$ 500 milhões devem ser destinados a investimentos em produtos próprios, otimização da rede de varejo, capacidades digitais e projetos de automação e expansão em suas operações de nitrogênio e potássio.
Por fim, a empresa revisou sua projeção da alíquota efetiva de imposto sobre o lucro líquido ajustado para uma faixa entre 24% e 26%, devido a mudanças na distribuição geográfica esperada de seus ganhos.