A nova edição do Boletim do Economista, publicada pelo Conselho Regional de Economia do Ceará (CORECON-CE), referente ao terceiro trimestre de 2025, reúne análises estratégicas sobre temas que impactam diretamente o cenário econômico brasileiro e regional. Entre os assuntos abordados estão a transição energética, a educação financeira no Brasil, a estabilidade econômica em tempos de incerteza, o papel do microcrédito, o reajuste do ICMS sobre combustíveis e o panorama fiscal dos municípios cearenses.
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O artigo de Thiago Holanda, O Desafio da Transição Energética sob a Perspectiva da Teoria da Complexidade Econômica, propõe uma análise estrutural da mudança para fontes de energia renováveis, como o hidrogênio verde. Com base na Teoria da Complexidade Econômica, o autor argumenta que países com maior capacidade produtiva e conhecimento técnico acumulado têm mais chances de liderar esse processo. A transição energética, segundo o texto, exige políticas de longo prazo e investimento em tecnologia e qualificação profissional.
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Em outra frente, Felipe Bezerra dos Santos discute a relação entre conectividade digital e o acesso ao sistema financeiro, no artigo Expansão digital e educação financeira: avanços e desafios no acesso ao mercado financeiro brasileiro. Apesar do crescimento do acesso à internet — presente em mais de 93% dos lares brasileiros em 2024 —, a educação financeira ainda é um desafio. O autor cita dados da Febraban, segundo os quais 74% dos brasileiros consideram que a população entende pouco ou nada de finanças. A ampliação de programas como o “Aprender Valor”, do Banco Central, é apontada como caminho necessário.
A instabilidade do cenário econômico global é o tema de Reflexões sobre estabilidade em tempos de incerteza, de Francisco Rabelo. O texto utiliza os conceitos VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) e BANI (frágil, ansioso, não linear e incompreensível) para destacar a necessidade de resiliência e adaptação nas organizações. Rabelo defende que a estabilidade econômica é hoje uma ilusão, e que empresas e governos devem incorporar práticas flexíveis e colaborativas para enfrentar a imprevisibilidade.
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Também com foco na inclusão econômica, o estudo de Samires Figueredo de Menezes, Francisco Roberto Dias de Freitas e Patrícia de Monte dos Santos Oliveira apresenta uma análise do Programa Crediamigo. O artigo revela que, entre 2016 e 2019, 67% dos beneficiários eram mulheres, com destaque para o setor comercial. A iniciativa demonstra o potencial do microcrédito como ferramenta de fortalecimento da renda e do empreendedorismo popular, especialmente entre públicos de baixa escolaridade.
Fechando a edição, dois artigos trazem perspectivas fiscais relevantes. Eldair Melo analisa os Impactos do Reajuste do ICMS sobre combustíveis em 2026, apontando possíveis pressões inflacionárias e efeitos no custo de vida da população. Já Pedro Rafael Lopes Fernandes e Anderson Bezerra apresentam o Panorama Fiscal dos Municípios Cearenses, revelando que mais de 40% das prefeituras do estado já operam no limite de gastos com pessoal, comprometendo a capacidade de investimento e evidenciando a vulnerabilidade fiscal local. Assim, o Boletim do CORECON-CE reafirma seu papel como espaço de reflexão qualificada sobre os rumos da economia brasileira e cearense.
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