A Prefeitura de Goioxim, na região central do Paraná, está trabalhando no levantamento do número de famílias atingidas pelas fortes chuvas ocorridas nesta terça-feira (28/10). De acordo com Lauri Boligon, vice-prefeito e secretário municipal de Agricultura, equipes atuam em vistorias na região, incluindo a área rural do município.
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“Algumas localidades estão inacessíveis. Como há várias regiões de várzea, ainda há bastante água acumulada”, explica Boligon, em entrevista à Globo Rural. O secretário comenta que dois assentamentos rurais – 29 de agosto e Nossa Senhora das Vitórias -, localizados lado a lado, foram afetados.
Em torno de 240 famílias de agricultores vivem nos locais, onde são cultivadas lavouras de milho e soja, sendo que a maioria estava em início de plantio. Ainda não há dados sobre as plantações atingidas.
A produção de leite também é uma das atividades nos assentamentos. “Essa situação preocupa, uma vez que há estradas comprometidas e o caminhão passa em dias alternados para a entrega do leite”, avalia o secretário.
O acesso para a localidade está prejudicado por causa da destruição de bueiros e pontes. “Assim que as águas baixarem, nossa tarefa será consertar os estragos”, afirma. Segundo a Defesa Civil do Paraná, comunidades rurais chegaram a ficar ilhadas.
Prefeitura calcula perdas em Goioxim
Prefeitura de Goioxim
Embaixo d’água
O produtor de leite Aldino Iargas calcula em torno de R$ 50 mil de prejuízos na propriedade, que fica na área urbana. Segundo ele, foram em torno de 180 milímetros de chuva da meia-noite de segunda até o período da manhã de terça-feira.
Cerca de metade da lavoura de 12 hectares de milho para silagem, plantada no início de outubro, ficou completamente alagada. A água também invadiu o barracão de insumos e sementes. “Estamos esperando a água baixar para contabilizar as perdas, mas houve grandes estragos”, acredita.
Ele conta que não houve danos maiores nos barracões onde estavam os animais, nem na casa da família. Com produção diária de 4 mil litros de leite, a coleta na propriedade segue normalizada. Apesar da queda da energia elétrica, o gerador da leiteria foi suficiente para manter o estoque.
Depois de vários anos pagando seguro rural da lavoura de milho sem precisar utilizar, ele cancelou a proposta neste ano. Agora, vai tentar acionar o seguro dos barracões para minimizar os prejuízos. No que diz respeito à silagem, já está prevendo aumento de custos na alimentação das vacas leiteiras, tendo em vista a área da lavoura atingida pelo temporal, onde o milho “deitou”.
Prejuízo estimado no município é de aproximadamente R$ 2 milhões
Arquivo pessoal
Estado de emergência
Nesta quarta-feira, a Prefeitura de Goioxim atua na busca de dados para decretar estado de emergência no município. O prejuízo estimado é de aproximadamente R$ 2 milhões. Equipes da administração municipal e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) fizeram, no período da manhã, a manutenção da cabeceira da ponte do Rio Juquiá, que é o principal acesso da cidade, próximo à rodovia PR-364.
Devido aos alagamentos, a Defesa Civil do Paraná enviou ajuda humanitária para Goioxim, que atua junto com a força-tarefa municipal. A estimativa do órgão é de que 3.168 pessoas – dos cerca de 6.566 habitantes do município – tenham sido afetadas pela intempérie, com 42 casas danificadas e 168 moradores desalojados.
As enxurradas causaram estragos em outros municípios da região, em menor intensidade. A alta ocorrência de chuvas desde o último fim de semana é resultado do encontro de uma frente fria que avançou sobre o oceano, com um sistema de baixa pressão formado na região do Paraguai.
Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), as chuvas devem dar uma trégua nesta quinta-feira, com ocorrências pontuais e rápidas no centro e norte do Paraná.