
Projeto de land art utiliza princípios agroflorestais para produzir alimentos orgânicos nas cidades A cidade de Itaquaquecetuba, na região metropolitana de São Paulo, recebe nesta terça (22/4), data em que é comemorado o Dia da Terra, uma instalação que combina arte com segurança alimentar. O programa Jardins Comestíveis, da ONG Dia da Terra, consiste na implantação de obras de arte comestíveis em áreas públicas.
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A land art, criação artística diretamente na natureza, é combinada com princípios agroflorestais para produzir alimentos orgânicos, gerar inclusão social e transmitir a cultura ambiental. É a primeira do tipo no Brasil.
O projeto foi instalado no Parque Mario do Canto, dentro e ao redor da Escola Municipal Vereador Augusto dos Santos. A intervenção urbana tem 1.200 m², no desenho de uma árvore. A autoria é do artista plástico franco-tunisiano Jean Paul Ganem, em parceria com Iuri Timoner, educador ambiental.
A árvore é composta por 100 espécies vegetais, a maioria comestível. No futuro, 50 “folhas” se tornarão hortas. O espaço também funciona como um laboratório de estudo e pesquisa em agroecologia, oferecendo capacitação profissional para 14 alunos.
“O Programa Jardins Comestíveis busca revitalizar espaços urbanos ociosos, demonstrando a viabilidade do cultivo de alimentos de qualidade nas cidades. Nossa missão é promover segurança alimentar, transformação social e uma nova relação com o meio ambiente, diz, em nota, Mozart Mesquita, diretor executivo da ONG Dia da Terra Brasil.
Plantio de mudas no jardim comerstível em Itaquaquecetuba (SP). Projeto será também um “laboratório” de capacitação para alunos
Dia da Terra
Segundo Mesquita, a região metropolitana de São Paulo possui aproximadamente 60 mil hectares de áreas cultiváveis, com potencial para abastecer cerca de 20 milhões de pessoas, número equivalente a sua população total.
Até o momento, o projeto já transformou mais de 14 mil m² de áreas urbanas e plantou cerca de 34 mil mudas de plantas alimentícias não convencionais, as chamadas pancs, como ora-pro-nóbis, hibisco, aroeira, erva-baleeira, moringa, língua-de-vaca, azedinha e picão-preto.
Em Guaianases, na zona leste de São Paulo, o plantio do jardim comestível beneficiou mais de 2 mil pessoas, segundo a ONG. Chamada de Renda Guaianás, a iniciativa distribuiu mais de 1,1 mil caixas contendo 8,4 mil mudas de várias espécies produzidas na Horta Comunidade da Vila Nancy.
Realizado pela produtora Brazimage, o Jardins Comestíveis recebe recursos do Proac, programa estadual que incentiva a produção cultural e artística.