
Brasil salta de 10º para segundo maior faturamento da multinacional israelense A Netafim, multinacional israelense que é líder mundial em irrigação por gotejo, com destaque em hortifrútis, citros, cana-de-açúcar, café e pastagens, investe agora no Brasil no gotejamento de lavouras de grãos.
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Michele Silva, diretora de marketing da empresa que tem fábrica em Ribeirão Preto, diz que o desenvolvimento da tecnologia de precisão que economiza água e energia começou pelas regiões em campos de cultivo onde não chega a irrigação dos pivôs, mas já ocupa áreas contínuas em lavouras de algodão no Centro-Oeste. Na Argentina, segundo ela, o gotejamento já é líder nos grãos.
Na contramão das indústrias de máquinas agrícolas que tiveram uma queda de quase 20% nas vendas no ano passado, a Netafim teve alta em seu faturamento no Brasil, que passou a ser o segundo maior mercado da empresa, após os Estados Unidos.
“Há quatro anos, o Brasil era o décimo maior mercado da Netafim. Hoje, representa 20% do faturamento global.”
No ano passado, a empresa teve de importar alguns itens das fábricas que tem na América Latina, já que a planta de Ribeirão Preto não teve capacidade para atender todos os pedidos. Estão nos planos a instalação de mais duas linhas de produção e a expansão de centro de distribuição para o Nordeste, onde a demanda pela irrigação tem crescido muito devido ao avanço da fruticultura.
Unidade da Netafim em Ribeirão Preto (SP)
Divulgação
A Netafim fabrica quase todos os equipamentos no Brasil, compra os canos de PVC e importa 100% dos drippers (gotejadores) de Israel. Atualmente, trabalha também na reciclagem das mangueiras de irrigação.
A diretora diz que ainda há muito espaço para a empresa crescer no país porque apenas 20% das áreas de lavoura são irrigadas e destaca que outras culturas estão descobrindo a tecnologia. Os novos plantios de cacau na Bahia, por exemplo, já nascem irrigados.
“As mudanças climáticas têm acelerado a adoção das tecnologias de irrigação. No ano passado, houve muita seca, mas, mesmo em regiões que choveu mais, tivemos intensa procura dos produtores interessados em aumentar a produtividade de suas lavouras e se livrar da completa dependência do clima.”
Diferentemente do que se poderia imaginar, um projeto de gotejamento e fertirrigação não custa menos que um pivô central. Segundo Silva, como os canos são subterrâneos, o trabalho pré-implantação da tecnologia é caro, mas o produtor tem a garantia de que vai gastar menos água e energia e os equipamentos têm uma durabilidade de até 20 anos.
A maioria dos projetos é automatizada, mas a empresa também fornece kits de irrigação manual para agricultura familiar de dois ou três hectares.
Com o lançamento de uma nova logomarca, a empresa vai iniciar as comemorações dos 60 anos de operação global na Agrishow, feira de Ribeirão Preto que começa nesta segunda-feira (28/4).






