
Nestlé e Cargill apostam em projetos para melhorar a produtividade das lavouras de cacau no Brasil Além da iniciativa do governo para que o Brasil volte a ser protagonista na produção de cacau, empresas grandes consumidoras da commodity também têm investido para garantir a oferta para processamento.
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A suíça Nestlé, por exemplo, criou o programa ‘Mais Inteligência Mais Cacau’, que oferece mentorias a centenas de cacauicultores do Pará, da Bahia e do Espírito Santo. A meta é aumentar em 20% a produtividade das lavouras e em 30% a rentabilidade em suas áreas de atuação.
“A ideia é recrutar mais gente. Até que o Brasil atinja a autossuficiência na produção, nós estaremos sempre em busca de novos produtores para participar dos programas”, afirma Igor Mota, gerente de Agricultura de Cacau da Nestlé Brasil.
A multinacional ainda pretende distribuir 200 mil mudas de cacau clonais até a metade de 2026 de variedades melhoradas geneticamente, tolerantes a doenças e com maior potencial produtivo.
A gigante do agro Cargill também quer potencializar a produção de cacau nos próximos anos. Para isso, uma rede de assistência técnica está sendo desenvolvida para atender pequenos produtores e pesquisas estão sendo feitas para melhorar o desempenho das lavouras, segundo Cristina Faganello, diretora da área Alimentos da Cargill para a América do Sul.
“A meta é passar da produtividade média atual de 300 quilos por hectare para 3 mil quilos por hectare, com integração entre a floresta e os cacaueiros”, afirma.
A multinacional também está incentivando a produção de cacau no Equador. O objetivo, diz a executiva, é reduzir a dependência da produção do oeste da África, que fornece 70% das amêndoas usadas pela indústria. Num primeiro momento, porém, o cacau produzido no Equador não poderá ser importado pelo Brasil por questões sanitárias.