
Uma mulher de 42 anos se fingiu de morta para sobreviver a um ataque feito pelo próprio companheiro, que a agrediu e esfaqueou, no bairro Aracapé, em Fortaleza. O caso ocorreu neste domingo (28), na Rua Doutor Procópio, na parte superior de um sobrado.
A vítima, identificada como Célia Ligia Evangelista da Costa, fingiu estar morta e conseguiu sobreviver às agressões, por esse motivo. Moradores presenciaram o desespero da cena, com a chegada de policiais e duas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para atender a ocorrência dentro da residência.
O casal, composto por Célia, de 42 anos, e Magno Filhos Nunes, de 43 anos, brigava por ciúmes, segundo fontes policiais e relatos da própria vítima no hospital. As agressões incluíram golpes de faca e de gargalo de garrafa, concentrados principalmente na face e no pescoço dela – ferimentos que poderiam ter sido fatais. Célia, mãe de uma criança e de um adolescente de 17 anos, estava na casa apenas com a própria mãe no momento do crime.
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Ferida, ela pulou do sobrado para o andar inferior, para se salvar. Ao cair, ficou imóvel, simulando a morte para evitar mais ataques. Magno, acreditando que ela havia morrido, fugiu em uma motocicleta. O Samu e a polícia foram acionados imediatamente. No local, encontraram Célia banhada em sangue.
Socorrida ao Instituto Dr. José Frotta (IJF), Célia permanece internada em estado grave. No hospital, ela confirmou aos agentes que a briga partiu de ciúmes, mas não pôde fornecer mais detalhes devido aos ferimentos.
A Polícia Militar e a Polícia Civil, com apoio da Delegacia de Defesa da Mulher, iniciaram as investigações. Monitoraram a motocicleta de Magno, avistada no bairro Vila Velha, onde ele a deixou na casa de um familiar com intenção de fugir para o interior.
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As autoridades rastrearam o suspeito até próximo ao município de Acaraú, no interior do Ceará, e o prenderam ainda no domingo. Autuado em flagrante por tentativa de feminicídio, Magno foi levado à delegacia.
Vizinhos relataram que o casal vivia em brigas constantes, com agressões frequentes. As apurações das forças de segurança sobre o ocorrido devem continuar.
O que o crime de tentativa de feminicídio?
No Brasil, a tentativa de feminicídio é uma forma não consumada do crime de feminicídio, previsto no artigo 121, § 2º, inciso VI, do Código Penal, introduzido pela Lei nº 13.104/2015 (Lei do Feminicídio). Esse delito ocorre quando há início de execução de um homicídio qualificado contra a mulher por razões de sua condição de sexo feminino, especificamente em contextos de violência doméstica e familiar ou com menosprezo/discriminação de gênero, mas o resultado morte não se concretiza por circunstâncias alheias à vontade do agente. A pena para o feminicídio consumado varia de 12 a 30 anos de reclusão, e na tentativa, aplica-se a pena do crime tentado, reduzida de um a dois terços, conforme o artigo 14, inciso II, do Código Penal.
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O crime exige dolo de matar, com motivação misógina ou de posse, comum em relações afetivas abusivas. Exemplos incluem agressões violentas por ciúmes ou controle, como esfaqueamentos ou espancamentos graves, que param antes da morte devido à intervenção externa ou simulação da vítima. É considerado hediondo, com regime inicial fechado e progressão de pena mais rigorosa.
Denúncias
A população pode contribuir com investigações das forças de segurança repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As informações podem ser direcionadas para o número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ou para o (85) 3101-0181, que é o número de WhatsApp, pelo qual podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia ou ainda via “e-denúncias”, o site do serviço 181, por meio do endereço eletrônico: https://disquedenuncia181.sspds.ce.gov.br/.
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