Empresa projeta um crescimento de 15% no volume de vendas ao longo de 2025 Em teleconferência com investidores, nesta quarta-feira (7/5), executivos da Mosaic, uma das maiores fornecedoras globais de fertilizantes, afirmaram que a demanda segue forte, apesar do cenário internacional marcado por conflitos comerciais e tensões tarifárias. A empresa destacou o desempenho positivo no Brasil, e projeta um crescimento de 15% nas vendas ao longo de 2025.
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“O mercado no Brasil está indo excepcionalmente bem”, afirmou Bruce Bodine, CEO da companhia. Ele ressaltou que os preços vêm subindo e disse considerar que a Mosaic está bem posicionada neste ambiente global volátil. A presença sólida no Brasil pode representar uma vantagem competitiva importante, explicou.
Os executivos lembraram que o primeiro trimestre do ano costuma ser o mais fraco. Ainda assim, os fundamentos de longo prazo do setor continuam positivos, com destaque para o segmento de fosfato. “No caso do fosfato, não há como criar mais oferta, mas a demanda continua firme”, disse Bodine.
Sobre o impacto dos conflitos comerciais, Luciano Siani, diretor financeiro (CFO), comentou que, até o momento, as compras da Mosaic não foram afetadas por elevações de tarifas. Ele acrescentou que não há expectativa de mais de 20% de exposição a nenhum mercado específico. Os Estados Unidos se mantêm como o principal fornecedor de amônia da empresa, segundo Siani.
Yijun “Jenny” Wang, vice-presidente sênior de Marketing Estratégico Global, afirmou que, apesar dos preços mais baixos da soja, os produtores brasileiros têm se beneficiado do cenário atual. A expectativa da empresa é de o Brasil importar cerca de 47 milhões de toneladas de fertilizantes em 2025. Ela também apontou que os preços do potássio (K) e fósforo (P) devem se manter nos níveis atuais, com expectativa de normalização nas matérias-primas até o fim do ano.
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No mercado global de fosfato, a oferta também segue apertada, e a demanda da Índia deve absorver qualquer aumento de capacidade operacional. “O mercado continuará apertado, o que pode gerar movimentações”, disse Wang, observando que alguns clientes podem adiar compras em busca de melhores preços.
Diferentemente dos americanos, ressaltou a executiva. Os agricultores do país estão tentando antecipar as compras para o verão, com os preços atuais, e que a aplicação dos produtos dependerá diretamente dos valores de mercado.
“O mundo vai precisar de mais fosfato para maximizar a produtividade”, disse, destacando ainda o papel potencial de soluções biológicas para aumentar a eficiência dos fertilizantes e os resultados da empresa.