
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reforçou a “expectativa positiva” de que o acordo entre Mercosul e União Europeia será assinado no fim de semana. Ele admitiu a possibilidade de discussão de salvaguardas, tema que tem movimentado a parte europeia do tratado, e disse que o acordo pode ser aperfeiçoado gradativamente, à medida que for adotado e implementado pelos países.
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Desde a semana passada, o Parlamento Europeu tem analisado e votado propostas para aplicação de salvaguardas mais pesadas, principalmente contra produtos do agronegócio, como a suspensão de benefícios tarifários se eles entenderem que há algum prejuízo aos setores de lá no comércio.
Fávaro disse que há uma “expectativa muito positiva” com a possível assinatura do acordo no próximo sábado (20/12), em Foz do Iguaçu (PR). França e Itália iniciaram uma nova ofensiva contra a medida.
Questionado sobre as novas resistências, Fávaro disse acreditar na conversa e no convencimento. “É com diálogo, com trabalho. A gente topa até discutir salvaguardas, mas não dá mais para esperar sem acordo firmado. Não adianta ficar procurando o acordo perfeito, por isso passa mais de 25 anos [de discussão], temos que implementar e, gradativamente, ir aperfeiçoando”, afirmou a jornalistas nesta segunda-feira.
Segundo Fávaro, é isso que o governo federal tem defendido nas negociações. “E tenho certeza que vai ser a saída encontrada”, completou.
A posição da Itália pode ser decisiva. Para bloquear o acordo, é necessário obter uma “minoria” formado por ao menos quatro países que representem 35% da população da União Europeia. A França sempre manteve sua posição contrária. Polônia e Hungria também defendem o adiamento da assinatura.
México
Fávaro afirmou também que a imposição de tarifas de importação pelo México não afetará os produtos da agropecuária brasileira. O tarifaço mexicano quer proteger, principalmente, a indústria local. Segundo a Confederação Nacional da Indústria do Brasil (CNI), o potencial de impacto sobre bens de transformação exportados para lá é de cerca de US$ 1,7 bilhão.
O ministro comentou que a articulação com os mexicanos é pela renovação do Pacic (Pacote Contra a Inflação e a Carestia), que prevê redução e isenção de tarifas sobre alimentos exportados pelo Brasil para lá.
“Nós preventivamente fizemos uma missão ao México, liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, para renovar o Pacic, onde o Brasil é um grande parceiro e fornece produtos da agropecuária sem tarifas ou com tarifas reduzidas. Esse acordo foi firmado com o governo mexicano. Os projetos em discussão agora [para imposição de novas tarifas] não afetou nenhum produto da agropecuária brasileira”, disse a jornalistas.






