
A Minerva Foods aproveitou sua presença em outros países da América do Sul para continuar atendendo a ávida demanda dos americanos por carne bovina e escapar do tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil em agosto. Com isso, a empresa encerrou o período com lucro líquido de R$ 120 milhões no terceiro trimestre do ano, alta de 27,6% em relação a igual período de 2024.
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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi recorde, de R$ 1,4 bilhão, um crescimento de 70,8% na mesma base de comparação.
No acumulado do ano, o lucro líquido da Minerva já soma R$ 763,3 milhões comparado a R$ 3,4 milhões nos nove primeiros meses de 2024, quando o resultado foi impactado pela variação cambial.
A receita bruta da Minerva no terceiro trimestre foi de R$ 16,3 bilhões, avanço de 80,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. Desse total, R$ 10 bilhões vieram das exportações, que cresceram 83,2%.
Segundo o diretor presidente da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, o resultado no mercado externo ainda é reflexo da menor oferta de gado bovino nos principais destinos de exportação da Minerva, sobretudo nos EUA. Na avaliação dele, o que antes era um problema pontual, tem se mostrado cada vez mais estrutural.
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“Os produtores americanos estão migrando de cultura. Há um problema de disponibilidade de mão de obra, de custos e de falta de sucessão e a mesma coisa a gente encontra na Europa e na China, onde também há uma redução da produção [de carne]”, afirmou.
Apesar da sobretaxa de 50% sobre as exportações brasileiras impostas pelo governo Trump, a Minerva seguiu atendendo o mercado americano a partir de suas unidades no Paraguai, na Argentina e no Uruguai. Os EUA responderam por 21% da receita bruta com as exportações no último trimestre, seguido da China, com 17%.
A receita bruta da Minerva com as vendas no mercado interno somou R$ 6,3 bilhões, alta de 75,4% em relação ao terceiro trimestre de 2024. Nesse período, o volume vendido alcançou 224,4 mil toneladas no Brasil, avanço de 38,3% na comparação com o terceiro trimestre de 2024, com o preço médio de venda subindo 26,8% no mesmo período.
“Há uma demanda bastante forte por carne bovina nos mercados internos que a gente atua. Graças à nossa estratégia de marca, foi possível elevar o volume de vendas em quase 40%”, afirmou o diretor-financeiro da Minerva, Edson Ticle. Com isso, o abate de bovinos totalizou 1,6 milhão de cabeças, crescimento de 42,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Quando descontadas as despesas financeiras e operacionais, a receita líquida da Minerva Foods no terceiro trimestre deste ano atingiu recorde de R$ 15,5 bilhões, com crescimento de 82,5% na comparação anual. As despesas com vendas representaram 5,8% desse total, comparadas a 8,2% observados no terceiro trimestre do ano passado.
Segundo Ticle, esse ganho é reflexo direto da conclusão da integração das operações da Minerva com as 13 plantas industriais e um centro de distribuição adquiridos da Marfrig por cerca de R$ 5,68 bilhões. “Ao aumentar a utilização de capacidade desses novos ativos, tivemos uma diluição de custo com ganho de escala”, explicou.






