Contratos de café arábica para julho recuaram 2,58% nesta quinta-feira Os dados de queda na demanda por café combinados com o avanço da colheita no Brasil jogaram pressão de baixa para as cotações do grão na bolsa de Nova York. Os contratos de café arábica para julho recuaram 2,58% nesta quinta-feira (22/5), para US$ 3,6075 a libra-peso.
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“Com os preços abaixo de US$ 3,62, o café pode estar entrando em uma tendência de queda na bolsa, primeiramente pelas projeções positivas que o USDA [Departamento de Agricultura dos EUA] trouxe para algumas regiões produtoras”, destaca Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria.
De acordo com ele, a queda no consumo de café do Brasil, com recuo de 16% no último mês, também favoreceu a desvalorização da commodity.
“É razoável imaginar o consumo menor, face aos preços altos que iriam pressionar o varejo a reduzir os valores do café. É importante lembrar, no entanto, que essa queda nas cotações aconteceu principalmente para a variedade robusta”.
Bonfá ressalta, também, que a menor procura por café pode ser algo pontual. Além disso, acrescenta, grandes centros consumidores, ainda devem manter a demanda firme.
“Os preços do café ainda estão em patamares muito elevados, mas o mercado vai se ajustar, ninguém fica sem café, e sempre encontra alguma forma de consumir. Isso deve acontecer na Europa. Com a redução dos juros e queda na inflação, podemos ver aumento na renda real, o que vai possibilitar a compra de café”, avalia Haroldo Bonfá.
Por fim, o especialista acrescenta que fatores como o avanço da colheita no Brasil e ainda um clima favorável às plantas, sem o risco de geadas, favorece o que ele acredita ser uma nova tendência de baixa para o grão.
Cacau
O cacau também encerrou o pregão em forte baixa, devido a um movimento de realização de lucros, tentando se recuperar das altas registradas recentemente. Os contratos para julho fecharam em queda de 4,11%, a US$ 10.278 a tonelada.
Investidores aproveitaram as altas recentes para embolsar lucros, depois que as cotações ultrapassaram os US$ 11 mil a tonelada, maior patamar desde o início do ano, impulsionados pelo recuo nas entregas de cacau, e também pela queda na qualidade do produto colhido na Costa do Marfim, principal produtor do mundo.
Suco de laranja
Em sentido contrário ao café e ao cacau, o suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) registrou forte alta nesta quinta. Os lotes para julho avançaram 5,47%, para US$ 2,8920 a libra-peso.
Apesar da elevação dos futuros, que vinham em tendência de alta desde meados de 2023, relatório do Rabobank destaca que os preços do suco em Nova York devem cair no curto prazo, à medida que as projeções para a safra brasileira em 2025/26 superaram as expectativas. Neste mês, o Fundecitrus previu aumento de 36% na colheita de laranjas em São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, que deverá totalizar 314,6 milhões de caixas de 40,8 quilos.
Açúcar
Em dia de realização de lucros, o açúcar recuou na bolsa de Nova York. Os papéis com vencimento em julho fecharam em queda de 1,69%, a 17,40 centavos de dólar libra-peso.
Algodão
Já o preço do algodão teve leve baixa nesta quinta. Os lotes para julho cederam 0,67%, com o valor de 65,63 centavos de dólar a libra-peso.